A água é um bem que, por conta do mau uso dos seres humanos, está cada vez mais escassa. Esse é o motivo pelo qual os projetos sustentáveis de Arquitetura estão se voltando para o seu reaproveitamento. A captação de águas pluviais para uso não potável tem sido uma das características mais importantes na hora de construir uma casa ou edifício desse segmento.

É comprovado que o uso de água da chuva ajuda a economizar o consumo de água potável. Seu uso está entre abastecer vasos sanitários, lavar calçadas e carros, e irrigar jardins. É essa utilização inteligente, que gera uma economia tanto do recurso natural quanto no bolso das pessoas, que os arquitetos e engenheiros buscam ao desenvolver seus projetos.

Desde 2012, o Brasil está em 4º lugar no ranking mundial em construções sustentáveis. Dentre elas, há casas, prédios residenciais e comerciais. Até os estádios usados na Copa do Mundo possuem um esquema de captação para abastecimento de banheiros e irrigação do gramado, como é o caso da Arena Corinthians, no bairro de Itaquera, Zona Leste de São Paulo.

No mundo, os Estados Unidos lideram a lista, seguidos da China e dos Emirados Árabes. Na Índia se encontra um dos 10 edifícios mais sustentáveis do planeta, o India Tower. A lista é feita de acordo com o padrão internacional, recebendo o selo LEED Leadership in Energy and Environmental Design - ou Liderança em Energia e Design Ambiental, em português.

Para aquelas construções já existentes, mas que seus donos desejam implantar o sistema, também há a possibilidade de tirar os planos do papel. A arquiteta Giuliana Silva nos fala que cada caso pode ser estudado e analisado por um profissional, e sempre pode se dar um jeito, mesmo que o espaço seja pequeno.

Normatização

Segundo as normas ABNT, é necessário que seja descartado 2mm do início da chuva para cada 1m².

No projeto, esse descarte deve ser automático. Estudos comprovam que essa água pode conter dejetos, fuligem, folhas, poeira, etc. Essa base foi feita a partir da captação em telhados, de acordo com tamanho e quantidade de precipitação que ocorre em cada região.

Na prática

As casas que possuem esse sistema não são tão diferentes das outras.

Thalita Freire, que mora em Luxemburgo, conta que existem várias residências na Europa com instalações subterrâneas de cisternas para o seu abastecimento. “Os sistemas de reaproveitamento de água não ficam visíveis. Nem dá para notar que tem algo diferente nas casas, porque aqui elas são quase todas nesse estilo embaixo da terra”, afirma.

No entanto, não são todas as pessoas que têm interesse em implantar em suas construções o reaproveitamento de água da chuva, principalmente por causa do valor de investimento ser maior do que o valor de uma construção comum. “Tudo depende do dono da casa ou do edifício. Eles é quem escolhem se vão implantar o sistema ou não”, conta Thalita.