Consegue se imaginar em um local que ao caminhar, você "encontra" grandes vultos da humanidade, todos lado a lado, independente de nacionalidade e período em que viveram? Não?! Mas esse lugar existe e é aqui mesmo no Brasil, na última cidade ao norte de Minas Gerais, um pouquinho antes da Bahia - uma cidade chamada Montalvânia, distante 775 km de Belo Horizonte. Ali as ruas e vias públicas foram batizadas com nomes, tais como: Homero, da Vinci, Pablo Picasso, Buda, Rui Barbosa, entre tantos outros - e as Curiosidades não param por aí! 

Em 22/04/1952, na fazenda Barra do Poções, surge uma faixa com a seguinte frase pioneira: "Cidade de Montalvânia". Tudo isto foi ideia de um homem interiorano, humilde; porém, extremamente visionário chamado Antônio Lopo Montalvão, que mais tarde inclusive acabaria se tornando o seu primeiro prefeito. Para evitar o esquecimento de suas raízes, o povo dessa região criou na cidade o Memorial Montalvão, o qual registra toda a história do município, bem como do seu fundador. Como toda cidadezinha mineira, conta com os seus cerca de 16.000 habitantes, sendo que 53% da população vive na região urbana que tem pracinhas, ruas e avenidas planejadas, desafiadores projetos de paisagem no meio do cerrado brasileiro, ou seja, Montalvânia é reconhecida de imediato por ser detentora de grandes belezas da Natureza (exemplos são os rios Cochá, Carinhanha e Itaguari com cachoeiras de águas cristalinas cercados de buritizais) e culturais, tem uma atmosfera de misticismo e mistério que ronda a região, se caracterizando ainda, pela hospitalidade e generosidade do seu povo - algo que notamos pelos "dedos de prosa" que conseguimos sempre entabular com os mineiros depois de vencida a desconfiança do primeiro encontro.

Há um número elevado de grutas, cavernas e estruturas rochosas semelhante a abrigos, com escritas e pinturas rupestres, que se acredita serem milenares. A Lapa do Poseidon, por exemplo, possui mais de seis mil gravuras com a aparência diferente por completo de outras inscrições, imagens e marcações de de locais arqueológicos no Piauí, Ceará e Mato Grosso, também não menos importantes ao Patrimônio rupestre-geológico do Brasil por estes registros pré-históricos. Muitas testemunhas locais e de fora, exatamente nestes sítios e montanhas, relatam terem visto OVNI's e outros tipos de geringonças voadoras desconhecidas das pessoas, visitando os céus da região para captar energia e viajar assim pelo cosmos. Fantasia ou não, para alguns, Montalvânia poderia ser o caminho do continente perdido de Atlântida no meio do cerrado e não no oceano, uma espécie de nova capital "mental" e psicológica dos humanos.

Possui festas e manifestações culturais típicas e dentre as principais temos: o aniversário da Cidade, do padroeiro Cristo Rei, Festa do Jeans, Dança de São Gonçalo de Cabeceira de Poções e Desfile e Missa dos Vaqueiros. Aqui a culinária mineira da cidade tem o acréscimo da influência baiana com quitutes, produtos do milho-verde, biscoitos, carne assada com mandioca, paçoca de carne seca, caldos, beijus, e doces diversos provocando água na boca em todos os que têm a oportunidade de saboreá-los. É por tudo isto e muito mais, que podemos afirmar que Montalvânia no seu papel de cidade mineira contribui de modo singular para o hino das Minas Gerais, que diz: "Oh, Minas Gerais! Oh, Minas Gerais! Quem te conhece não esquece jamais. Oh, Minas Gerais!"