Na Paraíba, em uma cidade chamada Alagoa Grande, uma Família chamou a atenção de todo o Brasil. Composta de uma mulher e seus nove filhos, vive em uma situação de tanta pobreza, que passaram a caçar e se alimentar com os ratos de um brejo próximo à residência.

A única fonte de renda da família é o valor de R$ 240 obtido através do programa Bolsa Família. Com isso, eles alegam não sobrar dinheiro para comprar a mistura. Por esse motivo, passaram a caçar os ratos para poderem ter algum tipo de carne nas refeições.

O esposo da mulher se suicidou, pois não tinha a quantia de R$ 150 para pagar uma dívida que contraiu com um comerciante por conta de uma cesta básica adquirida para a alimentação da família.

A mulher e os filhos vivem em uma miséria incrível. Quem divulgou a história tentando ajudar essas pessoas de alguma forma foi Júlio Araújo.

Ele é um blogueiro e conta que chegou ao local para fazer uma reportagem sobre um homem que teria morrido no vilarejo. A vítima seria o marido da mulher, que teria tirado a própria vida.

Durante a reportagem, Júlio conta que alguns meninos saíram do matagal com alguns ratos nas mãos. Ele perguntou a um dos meninos o que iriam fazer com aqueles bichos. “Esses ratos são para fazer a refeição”, disse um deles.

Um dos meninos conta como pegam os ratos: “A gente cutuca com uma vara dentro do ninho. Eles saem, e os pegamos.” O blogueiro ficou perplexo com aquilo e foi apurar mais sobre a situação.

“A casa era feita de barro e tinha poucos cômodos, não possui esgoto, todas as instalações elétricas são com gambiarras e não possui nenhum tipo de limpeza. Para que a família possa beber água, os meninos tem que ir até um açude, onde a água é muito barrenta e sem tratamento nenhum, sendo impossível de ser consumida. Resolvi, então, fazer a reportagem para tentar ajudar a família”, disse o blogueiro.

Depois da reportagem feita por Júlio, muitas pessoas se sensibilizaram para ajudar a família, frequentemente vinham recebendo doações. Segundo o prefeito de Alagoa Grande, Antonio da Silva Sobrinho, a administração já tentou várias vezes ajudar a família, chegando até a oferecer uma casa de aluguel social pago pela prefeitura, para que eles pudessem se mudar, mas a família rejeitou a ajuda.

Ele disse também que naquela região é comum as pessoas comerem esses roedores, que são chamados de rato de junco e que ele não poderia fazer muita coisa sobre isso, pois não dependeria dele. O animal é maior que os ratos que costumam aparecer nas casas e se alimentam de vegetais e semente, mas podem se alimentar de animais invertebrados.

Um animal desses pode ter uma ninhada de até 10 filhotes, e constroem seus ninhos em meio ao capim dos brejos. Segundo a bióloga Ivonete Márcio, integrante da Vigilância Ambiental de João Pessoa, em alguns lugares esse animal é consumido, mas deve se ter muito cuidado em relação a sua higienização na hora do preparo, pois eles podem causar doenças típicas de ratazanas.

Não há relatos de que pessoas que se alimentaram do animal tenham sido hospitalizadas, conta a bióloga.