Quase um passeio no shopping: as cooperativas e mercados de peixe viraram atração turística em São Sebastião, no litoral norte paulista, principalmente em dias de chuva. Seja pela boa qualidade, variedade, preços baixos e conservação dos alimentos - é tudo fresquinho, praticamente pescado na hora - esse tipo de comércio chama atenção dos visitantes.

No bairro São Francisco, região central do município, mas longe do Centro Histórico, a Cooperpescass (Cooperativa Municipal de Pesca) presta auxílio para 130 famílias cujo sustento vem da pesca, atividade profissional culturalmente caiçara.

De acordo com a cooperativa, existem cerca de 50 embarcações cadastradas. São descarregadas cerca de 1,5 toneladas de pescado por dia. Em larga escala, já chegamos a 3 toneladas do produto em diferentes espécies de peixe, camarão, siri, lula e polvo que são vendidos no atacado para os quiosques nas praias e também cidades da região metropolitana Vale do Paraíba, além do Vale do Itajaí (SC) e o Seasa, em São Paulo.

Mas é na venda direta que o cliente tem a chance de ver os frutos do mar de perto e assim, garantir que está levando peixe fresco para casa. A família da dentista Carmem Fanganelle, 62, de Ribeirão Preto, logo na chegada ao município já passa na cooperativa para fazer compras antes de ir para sua casa de veraneio, na praia de Barequeçaba.

"Compramos para estocar o que consumiremos durante os dias de folga na praia", conta Carmem.

O trabalho na cooperativa é manual como em uma linha de produção. Em boas épocas, funcionários chegam a limpar 37 quilos de camarão em um único dia. "Os frutos do mar têm preço acessível a partir de R$ 4 o quilo do siri", diz o vendedor Oswaldo Felisbino, que acostumado com seu ofício, acaba desenvolvendo uma relação de amizade com alguns clientes fieis.

"Quem vende acaba conhecendo melhor o freguês", diz ele.

Porto Novo - O bairro Porto Novo, em Caraguatatuba, também possui um entreposto de pesca. São seis boxes vendendo pescados diversos. Mantido pela Associação dos Pescadores Artesanais da Zona Sul de Caraguatatuba, também conquista clientes pelo atendimento. O vendedor Oswaldo Felisbino, 52 anos, de São Bernardo do Campo, possui casa de veraneio no bairro e sempre que pode gosta de incluir frutos do mar no seu cardápio de praia.

"A proximidade com minha casa facilita para comprar, é possível vir a pé".

Além do Porto Novo, Caraguatatuba ainda conta com outro mercado de peixes, bastante procurado por turistas, que fica na praia do Camaroeiro, na região da Martim de Sá.