Nesta quarta-feira, 13, em Campinas do Sul e cidades vizinhas, região norte do Rio Grande do Sul, cumprindo determinação do Ministério Público, a polícia desencadeia o cumprimento de ações envolvendo transportadores de leite para as centrais de beneficiamento. Adulterados por produtos químicos, que diminuem a acidez e escondem a adição de água e de produtos que fazem aumentar o volume do leite entregue nas beneficiadoras, está sendo entregue até leite azedo, mascarado pelos produtos químicos.

Esta é a oitava etapa da operação "leite compensado" que já colocou atrás das grades vários empresários e intermediários, cujas ações fraudulentas em prejuízo da saúde pública foram constatadas, em função das sete etapas anteriores.

Mais de uma dezena de mandados de prisão preventiva, prisão cautelar, busca e apreensão, estão sendo cumpridos a partir de hoje, além da determinação de apreensão de quatro caminhões de uma transportadora, responsável pela condução do leite para as centrais de beneficiamento, no norte do estado do Rio Grande do Sul e também para centrais localizadas em Santa Catarina.

A adição detectada é de água, soda cáustica, bicarbonato de sódio, entre outros produtos, visando aumentar o volume do leite e mascarar a presença de alimento estragado, numa ação movida pela ganância criminosa, que despreza totalmente o fato de que o leite é alimento necessário para a população e essencial para a alimentação infantil.

A indústria do leite, e seus derivados, é feita de forma organizada, desde a produção, coleta, transporte, captação industrial, processamento in natura e produção de seus derivados, distribuição e comercialização, estando extremamente bem equipada e estabelecida. Nada, a não ser a ganância irresponsável, justifica que uma atividade lucrativa seja conduzida criminosamente, considerando-se que o leite, primeiro alimento do ser humano, necessita de cuidado e que seja um produto confiável.

Cerca de 400.000 litros são produzidos por mês, nos locais sob suspeição, e agora deverá ser apurado que parte da produção foi afetada neste mês e em meses anteriores, para que seja possível interditar os produtos envolvidos na fraude. Parece que, infelizmente, as ações enérgicas do Ministério Público, iniciada em maio de 2013, que já colocaram atrás das grades empresários e outros envolvidos, não intimidam esses malfeitores travestidos de homens de negócios.