“Coração valente, guerreiro tricolor. Washington é matador!”. Era dessa forma que a torcida do Fluminense gostava de saudar o seu artilheiro em 2010, ano em que Washington foi fundamental na conquista do Campeonato Brasileiro pelo time carioca. Não deixava, também, de ser uma justa homenagem à volta por cima que o jogador deu após viver um grande drama que quase ameaçou sua carreira.

No final de 2002, quando já defendia o Fenerbahçe, da Turquia, Washington queixou-se de fortes dores no peito e teve que ser levado às pressas para um hospital. Exames apontaram uma séria lesão na artéria esquerda do coração e o atacante foi submetido a um cateterismo e a uma angioplastia.

Recomendado a parar de jogar futebol, o atacante teve rescindido o seu contrato com o clube turco. Voltou ao Brasil com a esperança de poder voltar a jogar profissionalmente.

Foram 14 meses parado até a reestreia no futebol pelo Atlético Paranaense. Em 2004, Washington marcou 34 gols pelo Brasileirão, sendo o artilheiro da competição e um dos protagonistas da campanha que levou o Furacão ao vice-campeonato nacional. A volta por cima havia sido dada e o coração estava mais valente do que nunca.

Constantino Constantini foi o cardiologista que aceitou o desafio de tratar o atacante e dar o aval para o seu retorno aos gramados. O médico mantém uma estreita relação de amizade com o jogador até hoje.

Durante o tempo em que jogou no clube do Paraná, o goleador fazia exames periódicos com Constantini, que em nenhum momento viu irresponsabilidade no seu ato de liberar o atleta.

“Me criticaram na época, pois quando existe algo desconhecido, como era o caso dele, a Medicina acredita que tem que negar tudo. Não me arrependo de ter liberado, vimos que ele tinha condições e não houve irresponsabilidade.

A prova é o que ele fez em campo”.

Depois do Atlético Paranaense, Washington teve uma marcante passagem pelo futebol do Japão antes de voltar ao Brasil em 2008, contratado pelo Fluminense. Em 2009, esteve no São Paulo. Um ano depois, retornou às Laranjeiras. No final de 2011, decidiu encerrar a carreira. Mas a lição de vida nunca acabará.