Na sociedade contemporânea com o aumento da população humana, as pessoas estão sujeitas a uma série de variáveis que podem ser prejudiciais à integridade física de cada uma. Não é porque o mundo está mais moderno, que ele está mais seguro. Ao contrário, conflitos civis, guerras, intolerâncias diversas, atentados terroristas, acidentes pessoais e doenças só fazem aumentar, por exemplo, o número dos que se ferem diariamente com mais ou menos gravidade.

Por outro lado, o corpo humano é uma verdadeira “fábrica de milagres”, muitos dos quais, invisíveis e que acontecem sem serem percebidos.

Um desses milagres ou mecanismos inteligentes que possibilitam a manutenção e continuidade da vida é a capacidade de reconstituição do corpo de cicatrizar ou regenerar tecidos que foram prejudicados de algum modo ou que receberam ferimentos, ou seja, o processo de cicatrização inicia-se tão logo uma lesão específica aconteça.

Fisiologicamente falando, o mecanismo do poder de cicatrização se dá por meio de uma sucessão de fatos bastante complexos e elaborados que dizem respeito às células, tais como:

  • As plaquetas (estruturas presentes no sangue e responsáveis diretas pela coagulação) “colam” aos tecidos e áreas bem próximas do ferimento, construindo um coágulo sangüíneo e bloqueando o rompimento dos vasos de sangue.
  • Na seqüência, o que é comumente conhecido como “inflamação” (alta concentração de glóbulos brancos), acaba criando uma barreira contra as infecções e promove a assepsia da região que sofreu a lesão.
  • Dentro de alguns dias, o organismo inicia a substituição dos tecidos lesionados, e também é responsável pela ação de cicatrização e reparação do ferimento e vasos sangüíneos que se romperam.
  • Por último, os tecidos orgânicos de cicatrização dão o toque final ao fortalecer o tecido remodelado da área anteriormente atingida pelo ferimento.

Com base nesse processo biológico natural, estudiosos e pesquisadores estão criando plásticos, os quais são capazes de “se cicatrizar” uma vez tendo sido abalados e danificados.

Tais plásticos são montados com diminutos tubos lado a lado, contendo 2 substâncias químicas que podem “sangrar” por ocasião da avaria sofrida. Progressivamente, quando as substâncias são misturadas nesse processo mecânico, acabam formando um gel que se dissemina pelas regiões danificadas, tampando buracos e rachaduras.

Enfim, o endurecimento do gel proporciona o surgimento de uma matéria relativamente sólida, recuperando a resistência de outrora do material.

Em outras palavras, já existe na Natureza um processo pioneiro e que antecedeu o mecanismo da cura artificial que está sendo desenvolvida pelos cientistas.

Esse ciclo virtuoso de recuperação no que tange a cicatrização do corpo humano pode de fato, ser chamado de um grande projeto “milagroso” embasado nas leis da vida, princípios científicos e perpetuação da espécie.