A tripofobia vem a ser um tipo singular de fobia, que é medo bem específico que as pessoas têm sem um padrão aparente. Nesse caso, é causada por padrões irregulares, geralmente buracos. Apesar da suposta popularidade, a comunidade científica não considera a tripofobia como uma verdadeira fobia, como a claustrofobia, por exemplo.

É importante diferenciar medo de fobia. O medo é um excelente componente biológico e sem a menor dúvida o responsável por você ainda estar vivo. É o medo que impões limites e impede qualquer pessoa de fazer coisas estúpidas, pois é algo extremamente racional.

Já a fobia tende a ser irracional, pode não haver causa, digamos, suficiente, para o tamanho do pavor que a pessoa sente. Isso é o que caracteriza a fobia como uma condição diferente, pois é um medo muitas vezes infundado.

O argumento dos médicos é que a maioria das pessoas sente desconforto com qualquer coisa que lembre, ou que seja, tecido vivo com padrões esburacados, e isso seria uma condição absolutamente normal. O posicionamento de especialistas fica claro, pois não é reconhecido nem na comunidade científica, nem em associações de psiquiatria ou manuais especializados em transtornos mentais.

Só existe uma pesquisa recente feita pelo cientista Arnold Wilkins em parceria com Geoff Cole. Eles partiram de um pressuposto de que essa fobia não era causada por fatores culturais, mas essa repulsa teria uma raiz muito mais profunda.

A conclusão dos dois cientistas é que, na verdade, essa suposta doença foi uma herança genética deixada pelos ancestrais da raça humana.

Isso porque essas imagens cheias de buraquinhos e pontos têm um aspecto semelhante ao adquirido por regiões do corpo afetadas por infecções, verme e diversos tipos de inflamação. Logo, ver uma imagem assim desperta repugnância por fatores evolutivos, envolvendo biologia e psicologia.

A pesquisa dos dois, publicada em uma revista especializada em psicologia experimental, também aponta uma outra possível razão. Um determinado voluntário manifestava muito asco quando submetido a uma determinada imagem, onde havia um polvo, de coloração acinzentada, mas com padrões em formato de círculos azuis. Esse padrão também está presente em várias outras espécies e animais venenosos.

Portanto, uma adaptação evolutiva pode ter surgido daí, e as pessoas que evitavam esse tipo de padrão diminuíam a chance de terminar envenenados por animais peçonhentos. Isso explicaria o motivo de tantas pessoas, principalmente na internet, se manifestarem afirmando que possuem essa fobia.

A fobia propriamente dita também pode se manifestar em padrões geométricos em conjunto e em casos mais graves, o paciente pode sentir enorme pavor, repúdio e asco. Como consequência disso, tendem a sentir náuseas, ou até mesmo pode provocar desmaios em algumas situações. Como dito anteriormente, se as formas estiverem inseridas em um contexto biológico, como uma colmeia de abelhas, têm efeitos muito piores.

01

02

03

04

05

06

07