Nos EUA, a maioria dos especialistas em obstetrícia declaram que 22 semanas de gestação é o mínimo que um bebê prematuro pode sobreviver fora do útero e muitos deles não consideram a viabilidade da vida em prematuros com tempo de gestação menor que este e acabam descartando as técnicas de ressuscitação por considerarem as chances de sobrevivência muito pequenas.

Em 2014, o nascimento de um bebê mudaria esse paradigma médico e surpreenderia todo o mundo. Após uma emergência, Courtney Stensrud se encontrava em trabalho de parto em uma Maternidade na cidade de San Antonio, Texas.

Courtney estava grávida de 21 semanas e 4 dias, e enquanto estava no quarto do hospital ela pesquisava na internet por outras mães que haviam dado à luz as 21 semanas e ela não encontrava nenhum caso semelhante ao dela.

'Tenha apenas fé'

Após dar o nascimento de sua filha prematura, enquanto ainda segura ela em seus braços, os médicos a aconselhavam sobre as poucas chances de sobrevivência de um bebê naquela fase da gestação. “Enquanto eu o ouvia, algo dentro de mim dizia, ‘Tenha apenas esperança e fé.’ Eu não ligava se ela tinha 21 semanas e 4 dias.

Eu não me importava” disse Courtney. A pequena garotinha passou 126 dias no hospital em recuperação. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, em todo mundo, aproximadamente 15 milhões de Bebês nascem antes do tempo previsto (antes das 37 semanas de gestação) todo ano.

Decidir ou não pela técnica de ressuscitação em bebês prematuros é um desafio que pediatras e obstetras buscam continuamente responder.

Além das questões éticas envolvidas, os médicos também precisam considerar os custos com os planos de saúde e os danos que poderia causar ao longo da infância. No caso de Courtney e seu bebê, tudo acabou em final feliz; em entrevista à CNN, Courtney disse que hoje, com 3 anos, sua filha vive bem e com muita vontade de viver.

A sua recuperação também impressionou os médicos. Aos dois anos, apesar de ter tamanho anormal a bebê de Courtney atingiu medidas muito boas para sua condição e os testes indicavam rápida recuperação. Ela não desenvolveu nenhuma deficiência visual ou auditiva, nem mesmo nenhum dano cerebral e hoje já está frequentando a pré-escola. Courtney dá seu testemunho como um milagre, e espera que outras mulheres possam conhecer sua história e assim como ela, ter esperança e fé.

Desafio à medicina

Este foi o primeiro caso registrado de um bebê prematuro com 21 semanas que sobreviveu e vive sem muitas sequelas. Os especialistas afirmam que pode ter existido outros casos, mas que não foram divulgados por medo de repercussão negativa.