Theodore Matthew Michael Kuhn Jr., nasceu em 21 de setembro de 1932, no Illiois, Estados Unidos. Mais conhecido pelo nome artístico de Mickey Kuhn, ele ficou eternizado nas telas do cinema como o pequeno Beau Wilkes, o filho de Ashley e Melanie Wilkes em ...E o Vento Levou (Gone With the Wind, 1939).

Filho de imigrantes alemães, Mickey migrou com os pais para Los Angeles durante a grande depressão causada pela quebra da bolsa de valores de 1929.

Aos dois anos de idade, estreou no cinema no filme O Seu Primeiro Amor (Change of Heart, 1934), estrelado por Janet Gaynor e Charles Farrell. Sua mãe o levara para fazer o teste na Fox Films após ver um anúncio no jornal, mas ela não sonhava com o estrelato do filho, apenas se interessou pelo dinheiro do cachê, que seria um bom complemento da renda familiar nos tempos da forte crise econômica em que o país vivia.

A Fox gostou do menino, e o contratou, matriculando-o no jardim de infância dos atores mirins do estúdio, mas o menino só voltaria às telas aos 5 anos de idade, no filme A Missão do Médico (A Doctor's Diary, 1937), emprestado para a Paramount.

Já sem contrato, atuou em Contra a Lei (King of the Underworld, 1939), com Humprey Bogart.

O ano de 1939 foi um dos mais importantes na carreira do menino, que atou em seis produções neste ano, incluindo dois dos maiores clássicos do cinema: o já citado ...E o Vento Levou e Juarez (Idem, 1939), ao lado da estrela Bette Davis.

Em Juarez ele interpretou o jovem príncipe herdeiro Augustin.

Na década de 40, o ator trabalhou muito e foi crescendo em frente as câmeras. Ele atuou em filmes como Mania do Divórcio (I Want a Divorce, 1940), O Preço da Felicidade (Roughly Speaking, 1945), Sublime Indulgência (This Love of Ours, 1945), Dick Tracy, O Audacioso (Dick Tracy, 1945) e Cidade Encantada (Magic Town , 1947).

Em Rio Vermelho (Red River, 1948), interpretou outro dos papéis mais importantes de sua carreira, o do jovem Matt, o filho adotivo de John Wayne (Montgomey Clift interpreta o mesmo papel na fase adulta do personagem).

Mickey e John Wayne em Rio Vermelho

Na adolescência, Kuhn começou a interpretar personagens de jovens problemáticos, mas sem obter muito sucesso.

Na década de 50 fez apenas pequenos papéis em figurações, em filmes como O Filhinho de Papai (That's My Boy , 1951). Em Um Bonde Chamado Desejo (A Streetcar Named Desir, 1951) ele voltou a atuar com Vivien Leigh. Ele é o marinheiro que ajuda Blance a tomar o bonde correto para chegar até a casa de sua irmã.

Descontente com sua carreira, ele abandonou o cinema aos 19 anos, para alistar-se na marinha. Após servir por quatro anos, retornou ao cinema, mas sem muito destaque, deixando Hollywood definitivamente em 1957. Em 1956 ele começou a trabalhar na American Airlines, e depois tornou-se funcionário do aeroporto de Boston.

Em 1976 ele encontrou sua antiga colega Bette Davis no aeroporto, e a abordou dizendo: "Senhora Davis, meu nome é Mickey Kuhn, e tive a honra, o privilégio e o prazer de trabalhar com você em Juarez em 1938 e agora eu trabalho para a American Airlines. Existe alguma coisa que eu possa fazer para tornar sua viagem mais agradável?".

Davis, friamente, respondeu "Que bom para você, e não, você não pode!".

Na década de 80 Mickey Kuhn se aposentou da aviação, e passou a ser convidado para eventos em homenagem ao ...E o Vento Levou.

Junto com Olivia de Havilland, que interpretou sua mãe em ...E O Vento Levou, é um dos últimos atores do elenco do filme ainda vivos.

Além de Mickey e Olivia (que está com 101 anos) ainda vivem Greg Wise e Patrick Curtis, que também interpretaram Beau Wilkes (quando bebê, se revezando no papel). Também existem registro de alguns figurantes ainda vivos.

Em 2005, Mickey Kuhn ganhou Golden Boot Award por seu trabalho em westerns.