Muito antes dos filmes de super heróis dos quadrinhos serem as grandes apostas das produções cinematográficas, a série O Incrível Hulk (1972-1984) já fazia um enorme sucesso na televisão. Sem dispor de muitos recursos para efeitos especiais, Hulk era interpretado por dois atores. Bill Bixby vivia o Dr. David Banner, e o fisiculturista Lou Ferrigno dava vida ao grandalhão Hulk.

Wilfred Bailey Everett Bixby III nasceu em em São Francisco, Califórnia, em 22 de janeiro de 1934.

Ainda criança ele começou a frequentar o coral da Igreja, mas foi expulso ao atirar em um padre com um estilingue. Ao deixar o grupo, sua mãe, que trabalhava o dia inteiro, o matriculou em um curso de dança de salão, para ocupar as tardes do menino. E foi com a dança que ele conseguiu seus primeiros trabalhos.

Aos 18 anos, foi obrigado a servir durante a Guerra da Coreia, ingressando na Marinha Norte-Americana. Ao dar baixa, em 1956, ingressou na Universidade, mas não se formou. Para pagar os estudos, ele trabalhava como salva-vidas em um resort, e lá um olheiro o viu e o convidou para trabalhar como modelo.

Em 1961, ele estreou como ator, fazendo um pequeno papel na série Hennesey. Ele seguiu fazendo pequenas participações em séries de televisão, até ser contratado para um personagem fixo no programa The Joey Bishop Show, em 1962.

Neste mesmo ano estreou no cinema, fazendo um piloto de helicóptero no filme Sua Última Façanha (Lonely Are the Brave, 1962).

Depois de deixar o elenco de The Joey Bishop Show, Bixby retornou a fazer participações em séries de TV.

No cinema, interpretou o marinheiro com a tatuagem de Napoleão em Irma La Douce (Idem, 1963), de Billy Wilder e trabalhou em Don Juan Era Aprendiz (Under the Yum Yum Tree, 1963), ambos estrelados por Jack Lemmon.

Os papéis começaram a melhorar, e ele entrou para o elenco fixo de Valentine's Day (1964-1965).

Mas a fama veio mesmo ao interpretar o jornalista Tim O'Hara em Meu Marciano Favorito (My Favorite Martian, 1963-1966), ao lado de Ray Watson. Quando a CBS cancelou a série, ele passou-se a dedicar ao cinema, atuando em filmes como A Marca do Vingador (Ride Beyond Vengeance, 1966) e Doutor, O Sr. Está Brincando! (Doctor, You've Got to Be Kidding!, 1967). Convidado por Elvis Presley, atuou em dois filmes com o "rei do rock": O Barco do Amor (Clambake (original title) e O Bacana do Volante (Speedway, 1968). E embora tenha feito o piloto, recusou o papel de namorado de Marlo Thomas na série Que Garota (That Girl, 1966-1971).

Em 1969, estrelou a série Papai Precisa Casar (The Courtship of Eddie's Father, 1969-1972).

Nela interpretava um viúvo, que criava sozinho o pequeno Eddie, interpretado por Brandon Cruz. No elenco, ainda a atriz japonesa Miyoshi Umeki, que venceu o Oscar de Melhor atriz Coadjuvante por Sayonara (Idem, 1957). Em um episódio da série, Bixby contracenou com a atriz Brenda Benet, com quem se casou em 1971.

Durante a série, Bixby fez sua estreia como diretor, dirigindo 08 episódios dela.

Ao final de três temporadas, a ABC cancelou o programa. Bixby ainda protagonizaria a série O Mágico (The Magician, 1973-1974) e estrelaria o filme Bang-Bang! Uma Turma do Barulho no Velho Oeste (The Apple Dumpling Gang, 1975).

O Incrível Hulk

Bixby foi então escalado para aquele que seria seu papel mais famoso, o de David Banner, na adaptação televisiva da história em quadrinhos do Hulk (criada por Stan Lee e Jack Kirby). Kenneth Johnson, o criador da série, disse que Bixby era o único ator que poderia fazer o papel, e insistiu em sua contratação. O próprio ator havia recusado o convite inicialmente. A série foi um grande sucesso, e valeu ao ator uma enorme popularidade, apesar de ele já ser um veterano nas telas.

Com o fim da série, ele retornou ao personagem em três filmes, são eles: O Retorno do Incrível Hulk (The Incredible Hulk Returns, 1988), O Julgamento do Incrível Hulk (The Trial of the Incredible Hulk, 1989) e A Morte do Incrível Hulk (The Death of the Incredible Hulk, 1990). Em O Julgamento do Incrível Hulk, o cartunista Stan Lee faz uma participação no filme, como um dos integrantes do juri. Foi a primeira aparição de Lee em um filme baseado em um personagem seu, algo que se tornaria obrigatório nos seus filmes seguintes.

Com o fim da série, Bill Bixby passou a atuar com menos intensidade, dedicando-se mais a carreira de diretor.

Uma tragédia pessoal também o afastou por um tempo da vida artística. Em 1981, seu único filho, Christopher, faleceu com apenas 06 anos de idade, vítima de uma grave infecção na garganta adquirida enquanto esquiava com a mãe nas férias. Brenda Benet, a mãe do menino (de quem Bixby se separara em 1979), desolada com a morte do menino, cometeu suicídio pouco tempo depois.

Em 1991, Bill Bixby foi diagnosticado com câncer de próstata, e submetido ao tratamento. Em 21 de novembro de 1993, ele faleceu em consequências do câncer, com apenas 59 anos de idade. Na época, ele era diretor da série Blossom (Idem, 1990-1995), estrelada por Mayim Bialik.

Confira um tributo ao ator