O maior narcotraficante do mundo, 13º homem mais poderoso de seu tempo, conforme publicação da revista Forbes, o “senhor da droga colombiano”, dia 1º comemoraria 67 anos de vida. Mas é o dia 2 de dezembro que ficará dessa vez, completando 23 anos da morte de Pablo Escobar, “El Patrón”.

Pablo era o terceiro dos sete filhos de (Hermilda de los Dolores Gaviria Berrío), uma professora de ensino fundamental, e Jesus Escobar, um humilde fazendeiro colombiano. Começou sua “carreira” na clandestinidade ainda adolescente, roubando lápides – embora seu irmão conteste o “roubo” e diga que as lápides eram dispensadas pelos donos dos cemitérios.

A seguir aos roubos de lápides, Pablo foi “evoluindo” na criminalidade: passou para contrabando de cigarros falsificados, venda de bilhetes falsos da loteria, venda de diplomas universitários falsificados e já era um exímio ladrão de carros quando chegou aos 20 anos de idade. “Don Pablito”, como seria conhecido mais tarde, também tentou entrar para faculdade. Começou a estudar Ciências Políticas na Universidade Autônoma Latino-americana, em Medellín, mas deixou o curso por falta de recursos para pagar a faculdade.

Aos 26, Pablo começa a criar o seu império como El Patron e entra para o tráfico de cocaína para os Estados Unidos. No ano seguinte, foi pego pelas autoridades quando voltava do Equador com 18 quilos de pasta base.

A partir daí, começou a política famosa “Plata o Plomo” (prata ou chumbo), em que Pablo saía ganhando de qualquer forma: as autoridades ou aceitavam o suborno ou morriam negando.

Pablo foi assassinado ou se suicidou?

Após o assassinato do candidato presidencial, Luis Galan, em 1991, as coisas começaram a apertar para El Patron.

No ano, Pablo foi preso pela primeira vez, tendo ele próprio se entregado à Justiça. Meses depois, Escobar fugiu da prisão com outros assassinos de seu Cartel e passou a gastar milhões e milhões de dólares para escapar das autoridades e ao Cartel de Cali, principal rival do tráfico.

À época, traficantes colombianos eram extraditados para os Estados Unidos e Pablo chegou a se oferecer para pagar a dívida soberana da Colômbia – de US$10 bilhões – para que esse acordo fosse desfeito.

O Estado, contudo, negou.

Pablo foi preso novamente em 1992, mas na luxuosa prisão que ele próprio havia construído e nomeado “La Catedral” pela suntuosidade do lugar. Passou mais tempo preso dessa vez e voltou a fugir, mas essa seria a última vez.

Após 15 meses de busca incansável pelo maior narcotraficante que o mundo já conheceu, precisamente no dia 2 de dezembro de 1993 – um dia depois de seu aniversário –, Pablo foi encurralado num telhado pelo Search Bloc – esquadrão militar especial da Colômbia treinado pelos Estados Unidos. A troca de tiros foi intensa e Pablo foi dado como morto com um tiro na cabeça.

As autoridades colombianas, como é claro, clamaram a autoria da “captura”, mas o filho de “Don Pablito”, Juan Pablo Escobar, afirma peremptoriamente que seu pai nunca foi morto, mas sim havia se suicidado para não ser pego pelas autoridades.

Juan conta que seu pai falava várias vezes sobre suicídio como falava sobre qualquer outro assunto e que sempre vincara a possibilidade para “jamais ser capturado vivo”. O filho de Escobar conta que o pai dizia sempre ter 15 balas no revólver: 14 para seus inimigos e 1 para ele próprio.

"Tive acesso à informação confidencial e em primeira mão dos médicos forenses que realizaram a autópsia. Foram eles quem nos informou que ele se tinha suicidado, mas que tinham sido ameaçados de morte pela polícia e, por isso, mudaram o relatório", disse Juan Pablo, em entrevista a um jornal português.