Bichectomia é o nome dado à cirurgia plástica de remoção parcial das bolas de bichat ou corpo adiposo que se localizam entre a mandíbula e a maxila, logo abaixo do osso zigomático. O objetivo deste procedimento é a diminuição do tamanho das bochechas, tornando o rosto mais harmônico.

Inicialmente a cirurgia foi criada para pacientes que sofriam por morder constantemente as bochechas, melhorando o espaço da mastigação. Hoje em dia, a finalidade, na maioria das vezes, é somente estética.

Realizado com anestesia local, o procedimento dura cerca de 40 minutos e a incisão tem cerca de um a dois centímetros e no pós operatório o paciente fica com o rosto inchado e limitação para abrir a boca.

Neste período o paciente deve evitar falar e usar gelo no local.

De acordo com o cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Armando Teixeira, depois que artistas fizeram a cirurgia e apareceram com rosto mais fino, a procura cresceu.

“Virou moda, mas o procedimento não é indicado para todos os casos. O ideal é avaliar cada quadro porque não são todos os indivíduos com rostos volumosos que terão bom resultado com a cirurgia. A bichectomia deve ser indicada em casos específicos e não pode ser banalizada. Não pode ser tida como cosmético. Não é como indicar um corte de cabelo ou novas cores das unhas. É importante o profissional ficar atento à harmonia do rosto do paciente na avaliação”, diz ele.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, em 2014 eram realizadas cerca de 10 bichectomias por mês. Em 2015, esse número triplicou e, atualmente, mais de 40 interessados se submetem à técnica todos os meses pelo país afora e apesar de protestos da classe médica, o procedimento tem sido realizado tanto por cirurgiões plásticos quanto por cirurgiões dentistas.

Em entrevista para o 'Agora São Paulo', o cirurgião José Octavio Freitas disse que a cirurgia de bichectomia pode acarretar algumas complicações que o cirurgião dentista não saberá como resolver.

"A bichectomia é uma cirurgia que representa riscos já que nervos e artérias importantes passam justamente na região onde o cirurgião faz as incisões.

Outras complicações são: hemorragia, infecções, lesões no ducto parotídeo (responsável pela saliva)", disse o Dr Ricardo Souza Lima. Ainda de acordo com ele, com o passar dos anos, é natural que o volume do rosto diminua e com a retirada dessas bolsas de gordura a pele poderá se tornar flácida.

Portanto, a decisão de realizar ou não o procedimento é exclusivamente do paciente, mas é dever do cirurgião alertá-lo quanto aos riscos e resultados a curto, médio e longo prazo.