Realizada em 1977, na Ilha de Colares, estado do Pará, a Operação Prato foi a primeira investigação militar oficial de aparecimentos de OVNIs (Objetos Voadores Não-Identificados) do mundo, a cargo do 1º Comando Aéreo Regional (I COMAR). 40 anos depois, esse ainda é considerado um dos casos mais importantes de toda a Ufologia mundial. Além do COMAR, estiveram envolvidos na operação o Serviço Nacional de Informações (SNI) e o Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (CISA).

Um documentário exibido pelo canal por assinatura History Channel compara os acontecimentos em Colares aos de Roswell, onde teria caído um disco voador em 1947, acidente até hoje acobertado pelo governo dos Estados Unidos.

Desde a exibição do programa, que faz parte da série "Arquivos Extraterrestres", o evento ficou conhecido como "O caso Roswell brasileiro".

Em abril de 1977, um acontecimento estranho foi noticiado no Maranhão. Quatro homens que foram à Ilha dos Caranguejos para coletar madeira adormeceram, esperando a subida da maré, que ocorreria a partir de meia-noite, para que seu barco pudesse voltar ao continente. Três deles acordaram com queimaduras de segundo grau e um estava morto. Nenhum dos sobreviventes se lembrava do que havia acontecido e a única pista dada à polícia veio de um deles, que disse ter visto "um fogo" antes de desmaiar. O mistério nunca foi solucionado, mas um jornal de Belém, chamado "O Liberal", associou o acontecimento aos relatos de estranhas luzes que vinham sendo observadas nos céus de diversos municípios maranhenses.

Meses depois, em julho, na Baixada Maranhense, que fica na Ilha de São Luís, moradores passaram a narrar encontros com luzes voadoras e histórias do tipo eram publicadas com frequência nos jornais locais, inclusive a de uma mulher que teria sido atingida por um raio saído de uma bola de fogo. Nesse mesmo período, começaram a ser noticiados casos também no Pará, envolvendo a emissão de raios que afetavam as vítimas, deixando queimaduras e marcas que imediatamente necrosavam, sendo que as pessoas eram acometidas por sintomas como febre, sonolência e dores no corpo.

A médica psiquiatra Wellaide Carvalho, que atendeu a maior parte das vítimas, constatou que as pessoas estavam com anemia, levantando a possibilidade de que sangue havia sido tirado delas. O fenômeno ficou conhecido, entre os populares da região, como "chupa-chupa". Apesar de ter escrito vários relatórios para a Secretaria Executiva de Saúde, Wellaide foi proibida de admitir que havia algo de inexplicável nos acontecimentos.

Em outubro, no município de Vigia, próximo a Belém, a população testemunhou um verdadeiro festival de luzes no céu, que teriam causado um apagão no fornecimento de eletricidade. O desespero atingiu também moradores de outros povoados vizinhos e muitos deixaram a região. Através de um ofício enviado pelo próprio prefeito de Vigia, solicitando ajuda militar, o I COMAR foi então acionado.

As missões foram realizadas entre os meses de outubro e dezembro de 1977 e amplamente documentadas. Os oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB) designados para a operação não apenas observaram as luzes no céu, mas tiveram múltiplos contatos com os objetos voadores, registrando-os por meio de fotografias, filmagens e desenhos.

A Revista UFO acredita que existam cerca de 2 mil páginas de relatórios, mais de 500 fotos e 16 horas de vídeos resultantes da investigação, embora apenas uma parte esteja disponível para consulta pública.

O coronel Uyrangê Hollanda, comandante da Operação Prato, que começou a investigação com ceticismo, chegou a dar várias entrevistas após ter ser reformado, em 1992, nas quais revelava o que sua equipe havia testemunhado, defendendo que o assunto carecia de esclarecimento e explicações. Em uma extensa conversa com a equipe da Revista UFO, conduzida por Ademar Gevaerd e Marco Petit, Uyrangê conta sobre suas experiências, inclusive a de que teve contato com uma criatura humanoide e de que foi abduzido após o encerramento da Operação Prato.

Dois meses após conceder a entrevista, em outubro de 1997, o coronel foi encontrado morto pela filha em sua casa, na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. Aparentemente, Uyrangê vinha sofrendo de depressão desde 1990 e se enforcou. Pessoas próximas a ele afirmam que o suicídio era improvável, o que deu início a uma teoria da conspiração que defende que Uyrangê teria sido assassinado, ideia rechaçada pelos jornalistas da Revista UFO.