Nem mesmo os grandes eventos esportivos, como os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro em agosto e setembro de 2016, foram capazes de impulsionar o transporte aéreo doméstico em 2016.

O número de passageiros transportados pelas companhias aéreas no país diminuiu em 2016 pela primeira vez em dez anos, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

"O número de passageiros transportados no mercado interno no ano foi de 88,7 milhões, uma redução de 7,8% em relação ao ano anterior", divulgou a ANAC na quarta-feira.

A entidade também observou que tanto a demanda de passageiros para o transporte aéreo doméstico e do número de lugares oferecidos (assentos por quilômetro) pelas companhias aéreas diminuiu 5,7% no ano passado e 5,9%, respectivamente.

Por outro lado, os dados da ANAC mostram que houve um ligeiro aumento no número de passageiros por voo. A taxa de ocupação (passageiros transportados / assentos disponíveis) nos vôos domésticos foi de 80% no ano passado, contra 79,8% em 2015. Em dezembro de 2016, a taxa era 81,3%, o maior valor do indicador nos meses de dezembro desde o início de séries históricas, em 2000.

Os voos mais completos são consequência da recessão econômica, que reduziu a procura de bilhetes aéreos e inverteu a tendência de crescimento do setor. De acordo com uma pesquisa realizada pelo site de notícias G1, com base em dados da ANAC, em 2016 a frota aérea brasileira encolheu pela primeira vez em 12 anos com a perda de 50 aeronaves.

Os dados mostram que as três maiores companhias aéreas do Brasil; Latam, Gol e Azul; reduziram suas frotas por 41 unidades entre dezembro de 2015 e dezembro de 2016. Esta foi a primeira redução da frota na história das três empresas no Brasil.

Com menos aviões, as empresas também terminam o ano com menos voos disponíveis. Juntas, as três empresas cortaram 234 voos diários de suas rotas durante o período de doze meses.

O transporte de cargas no mercado interno também caiu em maio de 2016. A indústria transportou 25.600 toneladas, representando uma queda de 14,6% em maio de 2015.