Grandes obras no Brasil normalmente precisam de grandes investimentos. Os órgãos públicos não sustentam tanto custo quando se trata de expansão de aeroportos, estradas, construção de usinas hidrelétricas e, quando empresas privadas fazem parcerias nestes projetos, é chamado de Project Finance.

Esta maneira de investimento do capital privado apoia as obras e busca os lucros gerados pelos rendimentos que a construção dará. Sendo 100% o pagamento para as empresas privadas vindo do projeto, é entendido no mercado corporativo que esse Project Finance é puro.

No Brasil, as Parcerias Público Privadas, que recebem a sigla PPP, são conhecidas e são uma das formas do Project Finance. Nesta categoria, muitos estádios da Copa 2014, como a Arena Corinthians, foram feitos assim, sendo todo o lucro gerado pelo estádio o pagamento para a construtora.

Existem outros modelos, como o Corporate Finance. Deste modo, empresas que têm projetos, mas não têm capital suficiente, recebem investimentos de outras corporações fazendo com que os projetos se tornem realidade. Há pouco tempo no país ocorreu tal caso no transporte de gás natural. A CTG (Companhia de Transporte de Gás) foi adquirida em 50% pela DMI Group para o projeto do Gasoduto Virtual, investimento este que fará o transporte de gás natural no estado de São Paulo e também no Brasil chegar a cidades do interior.

No autofinanciamento, quando ocorre uma PPP, os riscos são transferidos para as empresas privadas, dando garantias de melhores serviços e melhor eficiência.

O pagamento alongado é algo que ocorre no Project Finance. Quando um investidor tradicional de bolsa de valores, fundos de investimento, não quer esperar tanto para ver a rentabilidade do que investiu – mesmo alguns tendo que esperar mais de oito anos em alguns ativos de renda fixa – as empresas acabam investindo nas obras para que saiam do papel ou que sejam finalizadas e o lucro seja gerado pelos ganhos que a obra dará.

Países que utilizam

Este tipo de investimento é feito em outros países há muito tempo e alguns historiadores datam que antes da Primeira Guerra Mundial já existiam projetos que os lucros gerados pagariam os investidores, na construção de pontes e outras obras.

Na Venezuela, a refinaria de petróleo da SINCOR e também na Nova Guiné a mina de cobra Bouganville, Conzinc Rio Tinto – para citar dois países sem tanta estrutura – utilizam desta modalidade para fazer o país caminhar naquilo que são mais rentáveis para os seus cofres, como o petróleo para Venezuela e os minérios para Nova Guiné.

Desde o começo do ano, algo que era impedimento para os investimentos privados em obras públicas, a taxa básica de juros, tem se tornado aliado. Chegando próximo de um dígito, a Selic, em 10,25% impulsiona o investimento e traz o Project Finance novamente para pauta de empresários e investidores.