Políticos prometem agir rigorosamente contra quem praticar atos de violência contra pessoas com albinismo (distúrbio da falta de pigmentos que dão cor à pele). Cerca de 1.400 tanzanianos são albinos. O jovem Hassan Khamisi, morador de Shinyanga, ao norte da Tanzânia, se sente excluído por ser albino. Ele poderia ser um garoto comum de 17 anos, mas vive amedrontado. Nas ruas, as pessoas o olham com hostilidade.

Na Tanzânia há uma superstição que pessoas albinas têm poderes mágicos, por isso Hassan tem medo de ser atacado ou até morto. Um dos casos mais comentados aconteceu há pouco tempo.

O garotinho de 6 anos, Baraka Cosmas, teve a mão arrancada no distrito de Rukwa, oeste do país. É comum se negociar partes do corpo de albinos como amuletos para dar sorte ou são usadas por curandeiros para preparar poções mágicas.

No mercado negro a mão de uma pessoa albina pode ser vendida por cerca de US$600. Cosmas diz que estava com a mãe na hora que foi atacado. O pai do garoto era um dos 7 suspeitos que a policia prendeu.

"Quando ouço essas noticias sinto mais medo ainda. Eu durmo e acordo com esse medo me atormentando, mesmo estando em lugar seguro", confessa Khamisi em entrevista à DW.

Pavor dos curandeiros

Vivendo na Instituição Buhangija, lugar que assegura proteção e educação à crianças albinas, Hassam Khamisi deveria sentir-se seguro.

Porém, mesmo tendo a segurança reforçada ele não consegue relaxar diz que fica arrepiado quando lembra dos curandeiros. Ele se preocupa também com sua condição quando chegar a maioridade. "Ao completar 18 anos terei que deixar o abrigo e eles podem estar em qualquer lugar, a qualquer hora", declarou.

São muitas as histórias de crueldade contra essas pessoas inocentes.

A ONU confirma que nos últimos 6 meses, cerca de 15 albinos foram sequestrados, atacados e assassinados na Tanzânia e países próximos, Malawi e Burundi. O presidente do país, em reunião com representantes da associação de albinos, prometeu que juntamente com a policia vai apurar com mais rigor esses crimes.

Por mais conscientização

Henry Midimu, que é jornalista e também albino, lança a campanha de conscientização, na tentativa de ajudar a diminuir o sofrimento dessas pessoas. Ele diz que mesmo tendo nascido na Tanzânia nunca foi perseguido nem discriminado.