Neste domingo, 22, em uma eleição histórica para a Argentina, disputada no segundo turno, sagrou-se presidente da república, o político de centro direita Maurício Macri. Foi o fim da era Kirchner, iniciada com Nestor Kirchner, marido da atual presidente Cristina Kirchner, de tendência socialista e cuja ideologia política dominou o Governo argentino durante doze anos. Com isto, a Argentina assiste ao fim de um período socialista, marcado pela alta da inflação e imposição comercial a outros países. Segundo o recém-eleito presidente, o país começará uma nova vida e uma nova história para todos os argentinos.

Eram quase dez horas da noite, em Brasília, quando foi confirmada a vitória de Mauricio Macri, pelo partido de centro direita. Ele obteve 53,5% dos votos contra 46,5% do seu concorrent,e Daniel Scioli, que era apoiado pela presidente Cristina Kirchner. Este último, na verdade seria aquilo que podemos chamar de uma continuação da era Kirchner socialista, fato que foi rejeitado pelos argentinos, pelo resultado das urnas neste último domingo. Após o resultado, o país ficou dividido em lágrimas de emoção e muita festa pela vitória do candidato de direita e de tristeza, pela derrota da própria presidente, que pretendia eleger seu sucessor.

Apesar da política argentina ser dividida em duas correntes: o partido peronista ou Justicialista (PJ) e a UCR, esta é primeira vez que um político tido de direita liberal chega ao poder na Argentina.

Até então, as Eleições tinham ocorrido às custas de fraudes, com candidatos censurados ou suprimidos e com o apoio das ditaduras vigentes.

O recém eleito presidente, que toma posse dia 10 de dezembro, pediu a união de todos, inclusive daqueles eleitores que não votaram nele. Macri conclamou a todos a se unirem em prol de uma nova Argentina, que só será feita se todos, indistintamente, participarem.

Ele destacou, em seu primeiro discurso depois do resultado favorável das urnas, que pretende erradicar a pobreza do país, combater de frente o narcotráfico e aumentar as relações de democracia interna.

Cristina Kirchner e o candidato derrotado Daniel Scioli ligaram para Macri para felicitá-lo pela vitória, após a divulgação do resultado oficial.

Nas palavras de Cristina, a vitória do candidato de direita se deu de forma justa.

O novo presidente enfrentará uma economia fragilizada, com crescimento de pouco mais de 2% nos últimos seis meses e com uma inflação absurda de mais de 20%. Além disto, o país enfrenta a cobrança de credores internacionais por dívidas contraídas pelo governo de Cristina Kirchner. O governo tenta manter o consumo através de incentivos mantidos por programas sociais. Aestatização da companhia de petróleo foi a responsável pela elevação de sua conta com os credores em torno de 93 %.

Ao contrário do governo Kirchner, Mauricio Macri defende a abertura do país ao capital externo, o aumento dos limites de exportação da agricultura e vai trabalhar para a drástica redução das taxas inflacionárias para a casa de um número, pelo menos nos próximos dois anos. O presidente esboça uma preocupação relevante com o crime organizado no país, a qual motivará a criação de uma agência especial para tratar do assunto.