Quanto mais os cientistas observam o universo, mais eles percebem que ainda falta muito a ser descoberto. Apesar dos astrônomos terem detectado milhares de galáxias, uma análise recente do novo telescópio MeerKAT, situado na África do Sul, revelou a existência de mais 1.300. Elas foram observadas numa região do espaço profundo onde anteriormente os pesquisadoreshaviam notado apenas 70.

De acordo com informações do jornal europeu Daily Mirror, edição de segunda-feira (18), o poderoso telescópio conseguiu a façanha sem usar a potência máxima. Segundo os pesquisadores, o instrumento opera com um quarto da capacidade.

Ele conseguiu localizar as galáxias utilizando apenas 16 pratos receptores (semelhantes a antenas parabólicas), dos 64 pratos programados para funcionar quando o MeerKAT estiver completo.

Segundo avaliação do professor Justin Jonas, líder do projeto Square Kilometre Array (SKA), que usará diversos telescópios para observar o espaço, quando o MeerKAT estiver completo, ele será um dos mais eficientes da atualidade. “Com base nos resultados sendo mostrados hoje, estamos confiantes de que, depois de todos os 64 pratos estarem no lugar, o MeerKAT será o principal telescópio do seu tipo no mundo”, salienta.

Cientistas acreditam que o radiotelescópio sul-africano estarácompleto até o final do próximo ano.

Além de descobrir galáxias, ele também será empenhado para encontrar buracos negros e energia escura, entre outras atividades.

Para o estudioso Rob Adam, diretor do projeto da divisão SKA África do Sul, os primeiros resultados do telescópio já são um marco para a história científica do país. "O que isto vai fazer é trazer para os astrônomos sul-africanos e mundiais o instrumento mais surpreendente e profundamente potente já usado antes em radioastronomia", conclui.

Trabalho ambicioso

O projeto SKA usará três mil pratos de instrumentos de todo o mundo para verificar as regiões mais distantes do universo. Ele está programado para ser até cem vezes mais potente do que qualquer radiotelescópio existente.

Devido ao tamanho do programa, mais de vinte cientistas se uniram para construí-lo. A sede do projeto está localizada na Grã-Bretanha, enquanto os dois principais telescópios estão situados na África do Sul (MeerKAT) e na Austrália. Considerado um dos maiores esforços científicos da história, o SKA é desenvolvido em duas fases.