Em agosto de 1989, a fotografia de dois jovens numa cama de casal, encontrada no estacionamento de um parque da Flórida, Estados Unidos, intrigou as autoridades, que desejavam descobrir o paradeiro das supostas vítimas de sequestro o mais rápido possível.

Contudo, 28 anos depois, o mistério da sinistra foto tirada por uma máquina Polaroid permanece. Conforme publicou o jornal britânico 'The Sun' na edição desta quinta-feira (29), a única pista referente ao crime era uma van branca sem janelas (a reportagem não explica a ligação do veículo com o retrato).

Fora isso, as autoridades estavam às ‘cegas’.

Entretanto, a identidade das vítimas não foi devorada pelo ‘buraco negro’ do esquecimento.Logo após a imagem dos jovens ser divulgada pela polícia, familiares contataram as autoridades para relatar o desaparecimento dos adolescentes - ambos sem vínculo parental um com o outro.

Segundo a mãe da garota, a filha se chama Tara Calico, 19 anos. Ela contou que a jovem havia desaparecido em setembro de 1988, um ano antes da perturbadora foto ser encontrada.

Na ocasião, ela saiu para andar de bicicleta na cidade em que residia (não divulgada), situada no estado do Novo México, Estados Unidos, e nunca mais voltou.

Apesar do enigmático sumiço, ao refazer o trajeto percorrido por Tara no fatídico dia, a polícia recolheu fragmentos de seu walkman com a fita cassete dentro.

Embora os investigadores tenham concluído que a menina da foto era Tara Calico, o FBI declarou não haver evidências suficientes para atestar a alegação. Até hoje, o paradeiro de Tara, que, se estiver viva, é uma mulher de 48 anos, continua uma incógnita.

Todavia, as investigações continuam.

Além de toda a tragédia, ainda existe a possibilidade do criminoso estar vivo e impune.

Mistério permanece

Apesar da família ter afirmado, na época, que o adolescente da foto se chamava Michael Henley, a polícia acabou encontrando o corpo do rapaz em uma floresta do Novo México.

A morte de Henley não teve relação com o sequestro. De acordo com os investigadores, ele morreu ao se perder na mata, provavelmente de fome. Portanto, o nome do jovem permanece desconhecido.

Desaparecidos no Brasil

O Governo federal estima que cerca de 40 mil crianças desapareçam todos os anos. Porém, a ONG Desaparecidos Brasil avalia que o número seja ainda maior.

“Sabemos que o número é muito maior porque não há registros oficiais de todos os casos e isto ocorre devido à falta de informação sobre o assunto. Não existem campanhas esclarecedoras que ensinem os pais como agir no momento em que o seu filho desaparece, e esta falta de conhecimento piora ainda mais a recuperação da criança num tempo hábil”, criticam os ativistas.

Conforme a ONG, as crianças raptadas geralmente têm os órgãos vendidos no mercado negro nacional e internacional. Elas também são usadas no trabalho escravo infantil, prostituição infantil e adoção ilegal.