A prisão do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, através de uma decisão concedida na quarta-feira (19) pelo juiz Sérgio Moro, está nas manchetes dos principais jornais do Brasil e do mundo.

E, ao que parece, a decisão de Moro revoltou o ex-deputado peemedebista que, visivelmente irritado, concedeu apenas uma declaração a imprensa quando estava sendo levado pelos agentes da Polícia Federal ao exame de corpo delito, que seria feito no Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba.

“É uma decisão absurda”, disse o ex-parlamentar aos jornalistas, que acompanhavam sua passagem pelo Instituto.Apesar de ser, a partir de agora, oficialmente um presidiário, Eduardo Cunha foi dispensado do uso de algemas em todo o trajeto que fez até chegar ao Instituto Médico Legal de Curitiba.

Centro das atenções, não somente de repórteres, mas também de uma multidão de pessoas que gritavam “tchau querido” e “entregue todo mundo agora”, Cunha ainda cumprimentou jornalistas e a multidão com um “bom dia”, antes de dizer que sua prisão era um absurdo.

Prisão de Eduardo Cunha agitou carceragem

Mesmo antes de chegar a carceragem de Curitiba, Eduardo Cunha agitou o presídio ao qual permanecerá preso em Curitiba. Administradores da carceragem tiveram que fazer um total “remanejamento de presos” para receber o ex-deputado.

O objetivo das mudanças era o de isolar os demais presos (da Lava Jato) da companhia de Cunha, já que o relacionamento do ex-deputado com outros investigados, principalmente os que já fizeram acordo de delação premiada, pode por em xeque o andamento das investigações da maior operação de combate à corrupção do país, a Operação Lava Jato.

A localização de Cunha ficou definida para ser na ala oposta ao da ala que estão o empresário Marcelo Odebrecht e o ex-deputado Pedro Corrêa, que apenas aguardam a homologação de seus acordos de delação premiada.

Apesar da preocupação, o ex-ministro da economia de Lula, Antônio Palloci, ficará na mesma ala de Cunha, porém, os horários de banho de sol foram modificados para que os dois não tenham nenhuma forma de contato.