Mas o que é essa bebida que os gaúchos tomam numa cuia? Muitas pessoas Brasil afora devem se perguntar assim, quando se deparam com a figura de um gaúcho tomando o chimarrão, a bebida amarga e quase sempre com água quente.

Essa bebida (que também é conhecida como mate) não é consumida apenas no Rio Grande do Sul, mas também no extremo sul da América do Sul em partes da Argentina. Uruguai e Paraguai. Os índios das etnias guarani, aimará, caingangue e quíchua foram os primeiros a usar o chimarrão.

Porém, no Brasil, os gaúchos são os maiores adeptos do chimarrão.

A bebida está incorporada ao dia a dia especialmente das pessoas que residem nas propriedades rurais, os chamados peões de fazenda. Com o crescimento de festivais de música nativistas (que utiliza nas suas letras a linguagem própria do Rio Grande do Sul) e dos CTGs (os Centros de Tradições Gaúchas) o chimarrão popularizou-se também entre os habitantes das cidades. Hoje é largamente apreciado pelos jovens, especialmente quando se reúnem ao ar livre em parques e praças.

É preciso seguir distintas formas, que podem variar conforme a região, a cada vez que se vai tomar, sendo necessário montar a bebida. Coloca-se a erva mate moída que existe à venda em supermercados, em pacotes especiais, na cuia.

Depois, despeja-se a água quente, que em contato com a erva vai dar o gosto típico. A água não é fervida, mas esquentada numa temperatura em torno de 80°C. O gosto é amargo, para mais ou menos. Existem ervas que são mais fortes e mais fracas, e assim com várias graduações. Também influi no gosto o tipo da erva, grossas, finas, com ou sem açúcar e outras graduações.

A montagem na cuia também varia de forma e maneira de fazer, inclusive a colocação da bomba. O ritual de tomar chimarrão é cercado de tradições que os gaúchos carregam. Quando um grupo se reúne para "cevar o amargo" inúmeros costumes são mantidos, tipo aquele que faz a bebida sempre é o primeiro a tomar. Cada uma das pessoas presentes tomam uma cuia com água e depois repassam para os demais.

Desta forma, todos vão se abastecendo ao mesmo tempo e no mesmo recipiente. É preciso cuidar ao tomar e repassar o chimarrão. Os costumes locais devem ser seguido para não cometer alguma indelicadeza que poderá até ser interpretada como ofensa.

Eu mesmo, diariamente tomo chimarrão em dois horários distintos e quando isso não acontece me sinto com a sensação de perda e meu humor diminui. Não está comprovado, mas é voz corrente que o chimarrão se torna um vício.