Conhecida popularmente como Jurema ou Jurema Preta, M. tenuiflora é uma árvore perene e nativa do Nordeste brasileiro (Estados da Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte) que nos dias atuais ocupa boa parte dessa região.

Esta espécie de planta apresenta folhas compostas (características do gênero Mimosa), bipinadas, que quando maduras apresentam 5 cm de comprimento. Cada folha composta contem cerca de 15 a 33 pares de folíolos. Os folíolos maduros e saudáveis apresentam coloração verde brilhante e podem medir no máximo 6 mm de comprimento.

A árvore em si, pode crescer até 8 m de altura (desde que encontre condições edafoclimáticas favoráveis ao seu desenvolvimento). As inflorescências apresentam formato de espiga, coloração branca, perfume característico, e cerca de 8 cm de comprimento. No Nordeste brasileiro, pode-se encontrar M. tenuiflora em pleno florescimento entre os meses de Setembro e Janeiro.

Os frutos apresentam formato de vagem (cápsulas) com cerca de 3 a 5 cm de comprimento, que quando maduras se tornam frágeis e quebradiças. Cada cápsula pode apresentar até 6 sementes. Estas apresentam formato oval, são planas, de coloração castanha, e diâmetro variando entre 2 e 4 cm. No semiárido a produção de frutos ocorre entre os meses de Fevereiro e Abril.

A caule apresenta cascas de coloração marrom-escura, contudo, também podem ser encontradas espécies de coloração cinza. O interior do caule apresenta coloração marrom avermelhado e centro amarelado, muito denso, durável e forte. Ramos com elevada produção de espinhos.

Na medicina popular, cascas e folhas de M. tenuiflora são empregadas no tratamento de lesões de pele, dores de dente, tosse, bronquites e úlceras venosas das pernas.

Na criação de animais, a espécie é utilizada historicamente como forragem (alimento animal), funcionando como fonte vital de proteínas e outros nutrientes para os rebanhos da região semiárida durante a época seca. Importante fonte de néctar para as abelhas (nativas ou exóticas). Na agricultura, tem papel fundamental na fixação biológica de nitrogênio, assim como as demais espécies da família Fabaceae.

Devido suas características de crescimento e desenvolvimento, o uso de mudas da espécie tem sido extremamente útil em programas de reflorestamento, controle da erosão e conservação. Também vem sendo utilizada como fonte energética (lenha e carvão vegetal) por uma pequena parte da população do Nordeste brasileira. Além destes usos as suas estacas são utilizadas para a produção de cercas (devido sua elevada resistência a degradação).