Estava frio lá fora, mesmo assim acordou suando, lembrando um sonho que não sabe explicar? Por favor, não consulte o livro dos sonhos. Se o que lá está escrito fosse verdade, todos nós ganharíamos na loteria todos os dias.

Se não for um acadêmico também não procure Freud, apesar que ele foi o autor do livro mais lido sobre o assunto "a interpretação dos sonhos", que pode deixar confusa qualquer pessoa não acostumada ao "psicologuês" utilizado nos escritos sobre o tema.

A única verdade que se deve ter em mente é que os sonhos penetram no inconsciente, lá onde moram todos os arrependimentos por qualquer coisa errada que se faz nesta vida.

Para ninguém ele parece ser uma sala vazia. Se confirmado o mito que também pecamos em pensamento (coisas dos padres que querem amedrontar os fiéis mais fracos), aí certamente será uma sala abarrotada.

Freud, o simpático e incompreendido psicólogo, garante que os sonhos têm um importante papel na vida das pessoas (não fique mais confuso, espere um pouco mais, pelo menos até o final do artigo). Disse o sisudo psicólogo: "Os sonhos nunca dizem respeito à trivialidade; não permitimos que nosso sonho seja perturbado por tolices. Os que são aparentemente inocentes, se revelam o inverso quando nos damos ao trabalho de analisá-los" Ficou mais confuso ainda? Muitos antes já haviam coçado a cabeça, naquela atitude de dúvida tradicional.

Cuidado com a afirmativa que os sonhos são sempre realizações de desejos, principalmente se sonhou com a sua vizinha, que desperta a atenção de todos. Para quem acredita que o aprendiz sempre supera o mestre, Jung surge na psicologia e coloca mais lenha na fogueira das dúvidas que queimam os sonhadores de sonhos não compreendidos.

Este psicólogo, um pouco adiante no tempo disse: "o sonho é uma tentativa de assimilar coisas ainda não digeridas". Faça um exame de consciência, mas não vá muito longe. O espaço de um ano deve bastar e relembre as coisas erradas que andou fazendo. Mesmo que isto demore um pouco.

Se quiser fazer uma fezinha não se sinta envergonhado.

Aquele que sonhou com a sogra e jogou na cobra, ficou rico. Aquele que sonhou que estava subindo em árvores e andando para lá e para cá de cipó, jogou no macaco e também enriqueceu. Olhe que coincidências não existem, segundo os fatalistas e deterministas.

Acreditam os menos entusiasmados que o melhor mesmo é sentar por alguns minutos, sozinho em algum canto da casa. Se quiser fazer alguma ritualística é recomendável. Coloque uma música do kitaro (esse mesmo, o rapaz é feio, mas tem músicas bonitas), acenda um incenso, daqueles que afastam mau-olhado. Puxe a cortina e deixe o ambiente no escuro.

Não precisa mais do que 10 ou 15 minutos. Deixe o pensamento correr e sua intuição soltar as asas.

Quando você permite que ela voe, o Everest é apenas uma escala em sua passagem. Se conseguiu descobrir parabéns. Se não pare de pensar no assunto, vá para o trabalho e à noite quando voltar retorne à sua ritualística. Se não resolver paciência. Torça para que Freud esteja ligado no planeta terra, observando as loucuras que por aqui acontecem (o homem fica cansado com tantas que elas são que às vezes some por alguns dias) e entregue o problema em suas mãos. Mas não esqueça: sonhos existem e podem trazer indicativos de problemas que podem vir a acontecer em sua vida, inclusive você ganhar no jogo do bicho.