Embora seja perfeitamente possível perceber, mesmo que por instinto, que quando citamos o termo pós-modernidade estamos nos referindo a um período posterior à era moderna, torna-se difícil apresentar uma síntese de seu significado ou um conceito simplificado, dado sua complexidade e ambiguidade. A arte, a sociologia, a psicologia e a filosofia apresentam cada uma sua definição própria de pós-modernidade, o que torna o assunto um pouco chato, maçante, difícil de definir.

Antes de tratarmos especificamente do período de nosso interesse, precisamos antes compreender o que seria modernidade.

De maneira bem resumida, podemos dizer que na Europa do século XVIII surgiu um movimento que acreditava que o usa da razão e da objetividade era o melhor sistema para compreender o mundo e trazer avanços, com maior liberdade econômica e política. Esse movimento ficou conhecido como iluminismo, e deu à luz o que conhecemos por modernidade, ou era moderna, isto é, o período em que a humanidade seria guiada pela ciência, pela razão e pelo progresso.

A pós-modernidade como crítica à modernidade

No século XX, a humanidade passou a olhar para os valores da modernidade com desconfiança e ceticismo, o que nos levou a questionar se a modernidade realmente era suficiente para trazer respostas, resolver problemas, garantir progresso e gerar benefícios.

Foi aí que deu-se início o que chamamos de pós-modernidade, cujas características mais marcantes são:

  • desconfiança aos valores da Religião;
  • descrença na política e na filosofia enquanto solucionadora de dilemas;
  • descontentamento com a ciência e postulados dela decorrentes;
  • subjetivismo como substituto do objetivismo;
  • consumo como meta a ser alcançada;
  • imediatismo;
  • interesse por métodos alternativos de vida;
  • culto ao corpo e a aparência;
  • apelo emocional ao multiculturalismo e à pluralidade;
  • apelo exagerado ao hedonismo e individualismo.

Pode-se perceber que a pós-modernidade veio como uma crítica aos valores modernos.

É óbvio que a religião sofreu impactos diretos e indiretos com o advento da pós-modernidade, e seus líderes viram-se forçados a evoluir, lidar com novas etapas, novos desafios, a começar por resgatar a história da influência da religião na moral e na ética da civilização ocidental. Parece-nos que a pós-modernidade tem uma particular "implicância" com símbolos e valores religiosos, trazendo animosidade e conflitos.

Mas o momento é propício para que a religião mostre seu valor social, sua importância na influência da base da sociedade e suas contribuições para uma vivência pacífica e ordeira.

A influência do cristianismo

Um exemplo cristalino de como a religião pode reagir é resgatando a história da influência do cristianismo em nossa civilização. Veja, até mesmo a noção de bem e mal, bom e ruim, certo e errado, seriam bem diferentes não fosse o cristianismo, pois, por mais que ateus e não-religiosos, de um modo geral, aleguem não depender da religião para serem pessoas boas, têm incutidos em seu mecanismo de reflexão valores cristãos que foram-lhes instilados desde crianças pela família, amigos, pela comunidade em que foram criados, e tais valores serão determinantes na construção do caráter.