Nascido em Belém, atual Palestina, jesus, (em Hebraico Yeshua) falante de hebraico e aramaico, foi descendente de David, da tribo de Judá e aclamado o Rei dos Judeus. Segundo as escrituras, era como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos (Isaías 53:2).

Como se pode afirmar, Jesus era judeu e seu verdadeiro nome era Yeshua (nem em hebraico nem em aramaico existe a letra “J”, por isso nota-se a ausência dessa letra), mas modificaram o nome do Senhor Jesus, aparentemente com a finalidade de fazer com que Ele perdesse traços judaicos, já que na cultura semita o nome indica o caráter do israelita, logo, quando se apaga seu nome judaico, apaga-se também sua identidade judaica.

Como se não bastasse modificar o nome de Jesus, insistiram em modificar a sua fisionomia: de um salvador judeu, passou a ser um “salvador romano”: cabelo longo, loiro, olhos azuis e vestes brancas e vermelhas. Diz-se que o fizeram com a finalidade de fazer uma simbologia do Cristo, mas seria cruel não adotar uma simbologia mais próxima do que Jesus realmente era. Ele era um judeu, barba longa e cabelo curto (como os rabinos da época).

Não se sabe muito sobre sua infância. Segundo Bem Witherington III, professor do Novo Testamento no Seminário Teológico Asbury em Wilmore, Kentucky, “a infância de Jesus parece ter sido em muitos aspectos semelhante às de outras crianças hebreias – um período de treinamento, crescimento, desenvolvimento e aprendizagem, especialmente sobre a fé.” E isso se encontra muito evidente em Lucas 2:42-52, onde lê-se que os pais dele o levaram para celebrar a páscoa (festa judaica) em Jerusalém, o perderam e só foram encontrá-lo depois de três dias, assentado no meio dos doutores da lei, ouvindo-os e interrogando-os, quando tinha apenas 12 anos.

E disse Jesus: “Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai? E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens.” (v 49,52)

Segundo Lucas, Jesus foi batizado por João Batista aos 30 anos, e é curioso este fato, pois muitos se perguntam o porquê de Ele só ter começado o seu ministério aos 30 anos.

A resposta é que Ele era um Rabino e seus ensinamentos eram totalmente rabínicos.

Não é preciso diversos estudos aprofundados sobre o assunto para perceber seu grau de veracidade. É só perguntar a qualquer judeu ou Rabino sobre isto e ele dirá que um Rabino só pode começar a ensinar sozinho após os 30 anos, pois só nesta idade ele tem autoridade para ministrar e ensinar sem a ajuda de rabinos superiores.

É como um aluno que cursa uma faculdade, enquanto ele não se forma é necessário o acompanhamento de professores até o dia em que ele ande sozinho.

Mateus 21:12 narra que Jesus entrando no pátio do templo e expulsou os vendedores com um chicote e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas. Isso só comprova a autoridade rabínica que Jesus (Yeshua) tinha naquela época. Não era qualquer pessoa que poderia sair chutando tudo sem que ninguém prendesse ou fizesse algo para detê-lo. Os fariseus da época não fizeram nada com Jesus porque Jesus tinha autoridade para fazer isso.

David Flusser, devoto judeu ortodoxo e professor de cristianismo primitivo e judaísmo do período do segundo templo na Universidade Hebraica de Jerusalém, afirmou sem medo de errar que por mais que as pessoas não conseguissem enxergar, Jesus era judeu e não fez nada que pudesse ser interpretado como questionamentos sobre os princípios básicos do judaísmo na época.

Em um de seus vídeos ele diz: “O purificado judaísmo de Jesus é uma das muitas esperanças, provavelmente a única esperança para viver em nosso mundo.”

Embora não seja muito comum abordar sobre esse tipo de assunto, não se pode esquecer de que Jesus era um judeu, foi criado como um judeu, logo praticava o judaísmo, e viveu segundo as tradições da lei, como Ele mesmo disse em Mateus 5: “ Não vim abolir a lei ou os profetas, mas para cumprir, que do hebraico significa “torná-la plena”. Ele só não cumpriu a lei, como foi a própria lei.