No filme "Ela" (2013), estrelado por Joaquim Phoenix e Scarlett Johansson o personagem principal Theodore se apaixona pelo sistema operacional do seu computador. Parece um tanto estranho e realmente é. Mas Samantha (nome escolhido pelo próprio sistema) é dotada de Inteligência Artificial e parece uma pessoa de verdade. Logo a relação entre os dois personagens se torna cada vez mais íntima. E esse tipo de interação, saída das telas do cinema, está cada vez mais próxima da realidade e mais distante da ficção científica. Tudo graças aos lançamentos de aplicativos e softwares capazes de conversar (ainda que não com a mesma sofisticação que no filme) e bater longos papos.

São os chamados chatterbots.

Um dos primeiros softwares criados para tentar simular o diálogo com pessoas foi a ELIZA. Criado em 1966 por Joseph Weizenbaum no MIT, o software tentava simular um psicólogo rogeriano. Longe de ser realmente inteligente, ELIZA utilizava uma técnica simples para dar respostas ao usuários usando suas próprias palavras. O sucesso da chatbot levou o próprio Weizenbaum a criticar a sua criação ao descobrir que as pessoas conversavam realmente com ela e abriam seu coração para uma máquina.

Hoje em dia, a personificação, de ELIZA talvez seja a assistente pessoal da Apple, a Siri. A assistente da Apple é muito mais sofisticada, é claro. Mais que uma simples chatbot trata-se de um software capaz de controlar o celular e realizar várias tarefas úteis como encontrar restaurantes, fazer ligações, criar alarmes, consultar a previsão do tempo, realizar pesquisas, enviar e-mails e uma série de coisas impossíveis de listar numa única matéria.

Mas muita gente usa a Siri para algo mais corriqueiro: conversar. Basta uma pequena consultar na internet por expressões como "frases da Siri" ou "respostas mais engraçadas da Siri" para obter milhares de resultados com sites e vídeos no YouTube com pessoas fazendo todo o tipo de pergunta para a assistente da Apple.

Equipada com uma certa dose de humor, o aplicativo diverte as pessoas com suas tiradas, brincadeiras e respostas criativas.

A Siri, com certeza, é o aplicativo dotado de inteligência artificial mais famoso atualmente. Mas ela só está disponível para dispositivos mais recentes da Apple como o iPhone, iPod Touch e o iPad.

Para quem tem um PC ou notebook, há a Cortana, assistente pessoal da Microsoft. O software está disponível para computadores rodando Windows 10 e pode ser usada também por quem tem celulares ou tablets equipados com o Android.

A Cortana faz praticamente tudo o que a Siri faz. Ela marca eventos, dá a previsão do tempo, faz cálculos e tudo mais. E, claro, ela conversa com o usuário. Um dos destaques da Cortana talvez seja a sua simpatia. O modo como suas respostas foram implementadas faz com que o usuário tenha impressão de que está conversando com uma pessoa de verdade. Além disso ela canta, conta piadas e faz imitações hilárias de animais.

Mas os softwares mencionados acima tem um problema: são todos criados por empresas estrangeiras. A boa notícia é que há desenvolvedores no Brasil criando Aplicativos desse gênero.

Entre os mais famosos talvez seja a "Tina - Assistente Revoltada". Ela está disponível para Android e tem funcionamento semelhante à Siri, podendo executar várias tarefas legais como abrir aplicativos e responder perguntas.

Mas o que chama a atenção é que a Tina é mau-humorada e costumam responder de forma atravessada. Suas respostas são ríspidas e engraçadas, para dizer o mínimo.

Para PCs uma das concorrentes da Cortana é a Assistente Virtual Denise. Criada no Brasil ela permite controlar o computador usando a voz. Um dos destaques do software é que ela é uma espécie de Jarvis (o assistente do Homem de Ferro) e conta com um avatares que dão um toque mais humano para as assistentes.

Outro aplicativo do gênero desenvolvido no Brasil é a "Sophia - Amiga Virtual". Disponível gratuitamente na plataforma Android, o aplicativo não traz recursos avançados como as demais. Na verdade, ela é bem simples. Usando técnicas de inteligência artificial, ela foi feita apenas para conversar e também pode contar piadas, histórias e responder vários tipos de perguntas, além de fazer contas e até inventar poesias.

É claro que nenhum dos aplicativos e programas acima tem os mesmo grau de inteligência artificial que os robôs da ficção como Samantha ou HAL 9000, por exemplo. Na verdade a maioria não é realmente "inteligente". Mas a cada dia vemos novas versões serem lançados e, quem sabe algum dia, ele serão mais que simples softwares e poderão fazer parte da família.