Se os leitores deste artigo prestarem um pouco mais de atenção em relação aos índices estatísticos sobre a violência contra as mulheres divulgados pelo Governo Federal, instituições de apoio e ONGs específicas, essas mesmas pessoas ficarão estarrecidas com a elevada quantidade de representantes do sexo feminino que são surradas dia após dia, violentadas, humilhadas, mutiladas, que têm os seus filhos retirados à força, obrigadas a se prostituir sob ameaça do parceiro e até mesmo assassinadas cruelmente.

Lamentavelmente a Violência contra as mulheres é um problema social tão grande que atinge a todos, independente de raça, cor, credo ou poder aquisitivo, mas obviamente, assume maior notoriedade quando se dá com alguma personalidade famosa, seja vítima ou agressora.

Foi exatamente isso o que aconteceu com Bino Farias, baixista da conhecida banda brasileira “Cidade Negra”, o qual foi condenado a cumprir 2 anos de serviços a serem prestados à comunidade e ainda terá de pagar por todas as custas judiciais, porque o “valentão” foi audacioso o bastante para ameaçar de morte a sua ex-esposa, Marcele Simeão, cuja profissão é técnica de áudio.

O casamento de Marcele e Bino, que durou exatos 17 anos, foi marcado ao longo de todo esse tempo por inúmeras agressões do homem em relação à esposa, culminando, em 2014, na indesculpável ameaça contra a vida de Marcele por parte de Bino, conforme esclarecimentos feitos pela própria ex-esposa do músico na coluna do jornalista Leo Dias, no portal do “iG”.

Na realidade, o grande alívio de Marcele, e também seu desejo, é que o depoimento que prestou previna, ao menos, casos parecidos como o que ocorreu com ela. A vítima falou ainda que não quer que as famílias e as mulheres em regra geral carreguem marcas tão dolorosas no que diz respeito à violência contra o sexo mais frágil com o passar do tempo.

Por sua vez, a advogada que defendeu Marcele, Ana Bernadete, viu na condenação de Bino, o ex-esposo, uma grande vitória conquistada nos tribunais, pois além dele ter ficado 35 dias preso (era réu primário), o exemplo em questão servirá como estímulo para que outras mulheres interrompam o fluxo de violência contra elas mesmas.

É como disse Rita Costa, diretora do Movimento de Mulheres de São Gonçalo e Pesquisadora da Fiocruz, a cada dia que passa, mais mulheres deveriam narrar as suas histórias de medo, dor e sofrimento, para que só assim tivessem menos riscos de morrer.