Uma conduta perigosa e considerada por muitos como criminosa: retirar o preservativo do pênis sem que a parceira consiga perceber o ato. Essa atitude vem crescendo assustadoramente não só no Brasil, mas em vários países denominados como de Primeiro Mundo.
Nos Estados Unidos, a prática foi nomeada como stealthing, que traduzido para o português recebe o nome de dissimulação. O crime já foi constatado como machismo e mais uma forma de violência contra a mulher. Esse assunto ganhou uma proporção tão grande que foi alvo de um estudo publicado pela revista norte-americana "Columbia Journal of Gender and Law".
Por que essa pratica é uma violência contra a mulher?
Inicialmente, o fato é típico, pois ele é antijurídico e o autor é culpável. A conduta pode trazer risco a Saúde, pois com o casal desprotegido, estarão vulneráveis a doenças sexualmente transmissíveis e pelo fato de que a conduta pode oferecer danos psicológicos a vitima, se encaixando como qualquer outra forma de abuso.
Alexandra Brodsky, formada em direito pela faculdade Yale e principal autora do artigo, já coletou bases legais para que os autores do crime sejam punidos por agressão sexual e violência de gênero. Alexandra luta para que a legislação possa punir essa prática, pois traz danos são somente físicos, mas também emocionais as mulheres.
Vítimas que foram entrevistadas pela especialista alegam que não denunciaram o crime por terem medo da reação dos populares e do parceiro que cometeu a conduta criminosa. Existe um fato que preocupa ainda mais as autoridades. Estão sendo criados grupos incitando a prática do stealthing. Anônimos contam suas experiências e dão dicas de como retirar o preservativo sem que a parceira perceba.
Um fato que está deixando todos perplexos é o que os autores alegam. Eles simplesmente falam que "é um instinto e direito básico masculino, o direito de um homem gozar dentro da mulher".
Conduta criminosa?
Nos Estados Unidos ainda lutam para que a conduta se torne típica, ou seja, um fato antijurídico, logo o autor será culpável.
Já em países da Europa, a prática está sendo punida. O primeiro caso constatado como crime ocorreu na Suíça, onde o autor foi indiciado por estupro.
Você deve estar se perguntando: "como a conduta seria tratada no Brasil?". Uma promotora alega que tudo que coloca a mulher em situação de submissão, na qual ela não possa exercer plenamente sua vontade, é considerado como crime de gênero, sendo assim, esse ato seria facilmente punido no país.
Caso isso aconteça, o recomendado é que a pessoa se encaminhe a uma Unidade Básica de Saúde e tome um coquetel contra DSTs e passe por exames que tenham o poder de detectar outras doenças sexualmente transmissíveis.