Após uma denúncia anônima, uma menina de apenas 13 anos de idade foi resgatada neste domingo (06) pela Polícia Militar após ter sido espancada e deixada em cárcere privado em uma casa abandonada por traficantes, em Sirolândia, no interior do Mato Grosso do Sul. Após ser encontrada pelos agentes e também por familiares, a jovem, que está grávida de dois meses, prestou depoimento na delegacia nesta segunda-feira (07).

Segundo os agentes militares que registraram a ocorrência, na hora em que foi encontrada, a menina estava deitada no chão e imóvel, mas estava consciente.

A jovem também estava com machucados por todo o corpo e estava com um dos olhos roxo, ela também estava com suas roupas rasgadas.

Em depoimento, a jovem contou à polícia que três homens e uma mulher participaram de seu espancamento, e disse que tudo aconteceu porque ela teria entregado membros do grupo criminoso para a polícia. Por conta disso, ela teria sofrido uma espécie de punição pelo “tribunal do crime”.

Em uma entrevista ao jornal G1, a delegada responsável pelo caso, Thaís Duarte Miranda, disse que em depoimento a menina ainda relatou que também foi espancada pelo grupo porque seu ex-namorado teria roubado e ela também teria participação do crime.

A menina ainda mencionou na delegacia que ao se agredida levou vários chutes e socos no abdômen, e que já teria abortado pelo menos três vezes.

Quando a polícia chegou ao local mencionado pela denúncia, os suspeitos fugiram rapidamente do local, mas momentos depois foram pegos pelos agentes. Em depoimento, os três suspeitos disseram que a jovem entrou na residência para roubar a bicicleta de um deles, e não negaram as agressões. Após serem ouvidos, foram liberados por não terem sido presos em flagrante.

A jovem foi levada para fazer exame de corpo de delito e será encaminhada para um abrigo caso houver a confirmação da gravidez.

'É para bater ou matar'

Com a chegada da polícia no suposto cativeiro, a menina ainda contou aos agentes que havia sido chamada pelos agressores apenas para conversar dentro da residência, e quando ela entrou na casa eles não deixaram ela sair mais.

Ela ainda menciona que ao entrar na residência, um dos suspeitos teria ligado para uma outra pessoa para perguntar se era para bater nela ou se era para matá-la.

Depois de ser resgatada, a jovem foi socorrida pelo Corpo de Bombeiro da região e também pelo Samu, e em seguida foi encaminhada para o hospital da cidade. O conselho tutelar também foi chamado para dar assistência à vítima e, por ainda se sentir ameaçada, ela foi encaminhada para um abrigo em outra cidade.