A tragédia de Brumadinho ainda não contabilizou todos os mortos e não se fala mais em sobreviventes. Considerada uma das maiores tragédias trabalhistas do país (podendo chegar até a ser a maior delas), o rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão já contabiliza 156 mortos e o número de desparecidos supera este número, o que pode elevar ainda em muito, o número de mortos.
Sem contar o desastre ambiental e material cujo o valor é inestimável. A tragédia vivida em Brumadinho já havia sido antecedida por uma outra, a de Mariana, que apesar do número de mortos ser menor, deixou vários desabrigados.
Moradores de Barão de Cocais são evacuados
Depois de duas tragédias enormes, moradores que vivem próximo às barragens consideradas arriscadas, temem por suas vidas. É o caso dos moradores de Barão de Cocais, que vivem nas comunidades de Socorro, Tabuleiro e Piteiras. Elas ficam em área de risco, por conta da possibilidade de rompimento da Barragem da Mina Gongo Soco, também da Vale. A Agência de Mineração orientou a evacuação de 239 pessoas nesta área de risco, na sexta (8). Estimava-se que na região moravam 500 pessoas, mas 239 foram localizadas e evacuadas.
Segundo Mardem Chaves, que é o secretário de comunicação do município, parte dos moradores que tiveram que deixar suas casas estão sendo alojados no ginásio de esportes da cidade.
O mesmo também explicou que a evacuação contou com ônibus da própria Vale, com ajuda da prefeitura e também da Polícia Militar de MG.
A operação se iniciou à 1h com o toque de sirenes. A produção de minério nesta mina já está encerrada desde 2016. Já a barragem em questão está entre as 10 barragens que a Vale pretende descomissionar (esvaziar).
A barragem da Mina Gongo Soco, também foi feita usando o método de alteamento montante, o mesmo da barragem de Brumadinho, que se rompeu no dia 25 de janeiro de 2019.
Pessoas em Itatiaiuçu/MG também ouviram as sirenes
Outra mina, esta sob o comando da ArcelorMittal, também corria risco de rompimento e a população em área de risco foi evacuada.
Na região da Mina de Serra Azul, cerca de 200 pessoas acabaram deixando suas casas. Apesar desta barragem ter sido classificada como classe B, de risco baixo, a Agência de Mineração revelou que o potencial de destruição é alto.
No caso dos moradores de Itatiauiçu, o alojamento foi feito em um hotel de Itaúna.
Cabe lembrar que o presidente da Vale revelou que as sirenes da barragem em Brumadinho não soaram pois foram 'engolfadas' pela lama. Esta era considerada parte fundamental do plano de evacuação em caso de catástrofe.