Uma moça ficou tetraplégica, ou seja, sem o movimento dos quatro membros, depois de fazer algo que pode ser considerado trivial para muitas pessoas que frequentam a praia. A jovem Karina Neustadter, de 24 anos, "pegava jacaré" na praia e acabou batendo a nuca. O fato aconteceu no fim de janeiro, em Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, quando a jovem e o namorado curtiam alguns dias de folga.

A jovem, que é de Santos, cursa administração e é funcionária de uma empresa em São Paulo. O dia 28 de janeiro marcou sua vida para sempre. Ela, de recesso no trabalho e férias na faculdade, partiu para Ilhabela com seu namorado.

Ela pegava onda no estilo "jacaré", ou surf de peito, ou seja, sem prancha. Na parte mais rasa da praia, ela acabou levando um tombo brusco e sentiu a onda jogá-la para baixo.

Neste momento ela ficou desacordada e teve que ser levada para um hospital na região.

Moça de 24 anos fica tetraplégica surfando de peito em Ilhabela

Por conta da gravidade dos ferimentos, a moça precisou ser transferida de Ilhabela para São José dos Campos (SP) e foi constatada, na unidade, uma fratura na vértebra C6, que fica na região do pescoço. A fratura acabou deixando a jovem sem os movimentos dos membros.

O tio ainda revela que a sobrinha ficou vários dias na UTI, entre a vida e a morte, e chegou a colocar uma placa de titânio na fratura.

Ela sofreu também lesões no pulmão. Apesar do acidente ter ocorrido há cerca de um mês, somente agora o caso ganhou repercussão e se tornou a matéria mais lida do portal G1. A jovem se recupera na casa dos avós, usando sonda e fraldas. A mãe da jovem disse que teve que se mudar de São Paulo, onde era profissional da beleza, para Santos, para facilitar o tratamento da filha.

Ela acabou ficando desempregada.

A lesão no pescoço

Segundo um profissional especializado na área, ouvido pelo Globo, cerca de metade das vítimas de acidentes em quedas de piscina ou águas rasas, sofrem lesão medular, como a da jovem e ficam tetraplégicos. Lesões como a de Karina, podem ser completas ou incompletas, e isso acaba definindo a possível recuperação (ou não) dos movimentos.

O mesmo especialista recomenda cuidado ao nadar em águas desconhecidas.

Ainda sobre a jovem, ela está fazendo fisioterapia e o tio já nota sinais de melhora. Movimentos sutis com os braços já podem ser notados, mas sem força nas mãos. Já nas pernas, são apenas espasmos. A família também disse que agora vive toda em função do tratamento da filha e a mãe tem esperanças de que ela recupere os movimentos.