Das 10 vítimas fatais das fortes chuvas que atingiram o Rio de Janeiro na última segunda-feira (8), três delas estavam em um táxi que foi soterrado na avenida Carlos Peixoto. Os corpos do taxista Marcelo Tavares Marcelino, da astróloga Lúcia Xavier Sarmento Neves e de sua neta Júlia Neves foram resgatados somente no dia seguinte.
A última pessoa a ter contato com essas três vítimas foi o motorista de aplicativo Lindenberg Martins, que relatou à Rede Globo que tentou avisá-los do perigo que corriam por conta dos deslizamentos. “Eu bati na janela do taxista e eu falei com ele.
‘Não foi uma árvore que caiu. Está acontecendo um deslizamento, tem um monte de escombro caindo. Vamos sair daqui. Se o carro estiver seguro ou não, larga isso aí. Vamos embora. Ela abaixou o vidro, muito obrigado, subiu o vidro e voltou a falar com o taxista”, desse Martins, emocionado.
O motorista disse que havia pegado um casal de passageiros em um shopping por volta das 21h30 e ficou parado em um engarrafamento na avenida onde ocorreu o deslizamento. Ele pediu para que os passageiros aguardassem no carro e seguiu a pé na direção contrária, quando viu que não tinha sido apenas uma árvore que havia desmoronado e sim toda a encosta. Ele notou que não era só árvore que tinha caído, mas que tinha desmoronado tudo.
Lindenberg falou que passou a avisar os motoristas do risco de mais deslizamentos, batendo de vidro em vidro. Os motoristas até compreendiam a situação, mas demoravam a sair.
Antes de voltar para seu carro, o motorista ainda conferiu se todos tinham saído dos veículos e imaginou que os ocupantes do táxi também tinham se salvado.
Ele só foi saber das mortes no dia seguinte, pela televisão. “Eu estou com o coração partido, não sei o que explicar”, disse. O motorista não se feriu e o carro não ficou danificado.
Avó e neta haviam participado de uma festa de aniversário em um shopping da cidade e estavam voltando para casa quando foram surpreendidas pelo deslizamento.
Animal de estimação desaparecido
Os donos de uma cadela da raça labrador que foi levada pela enxurrada estão fazendo campanha nas redes sociais para tentar localizar o animal, de 14 anos de idade. Gaia, como é chamada, foi arrastada pela correnteza após o muro da casa da família, no Jardim Botânico, ter desabado. Ela estava usando uma coleira rosa com bolas verdes e a preocupação de seus tutores é que, por conta da idade, o bicho está quase surdo e não responde aos chamados.
Tatiana Castello Branco, dona da cadela, chegou a pensar que a cachorra estivesse morta, mas as esperanças foram renovadas após ela receber uma ligação dizendo que o animal foi visto cerca de um quilômetro e meio de onde morava.