Na última quinta-feira (25), os moradores do Jardim Catarina, bairro que pertence ao Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ), estavam com medo de voltar para casa, segundo informações do jornal O Globo. O motivo para tal foi a divulgação da suposta morte do chefe do tráfico Shumaker Antonácio do Rosário. De acordo com informações ainda não confirmadas, Shumaker teria sido baleado devido a ordens de Thomás Jhayson Vieira Gomes, o 2N, chefe do tráfico do Complexo do Salgueiro.
Era possível encontrar nas redes sociais relatos que indicavam que, além de Shumaker, Diego Junior de Souza Silva (Esquilo) e Ricardo Severo (Faustão) também haviam sido mortos.
Os moradores do Complexo do Salgueiro relataram que foi imposto um toque de recolher e veículos estavam sendo impedidos de entrar na comunidade. O motivo para o impedimento era a ordem de colocar fogo em qualquer um que entrasse.
Em nota, a Polícia Civil afirmou que está verificando a veracidade das informações. Ainda na quinta-feira, o 7º BPM de São Gonçalo foi informado acerca da morte de Shumaker, mas só poderia comparecer ao local para confirmar tais informações na manhã de sexta-feira (26).
De acordo com informações, Shumaker e 2N se enfrentaram em uma disputa ligada à facção criminosa da qual fazem parte. Essa facção controla as atividades do tráfico em Jardim Catarina e no Complexo do Salgueiro.
O Disque-Denúncia, atualmente, estava oferecendo uma recompensa de R$ 30 mil por informações sobre Shumaker. O traficante era procurado por homicídio qualificado e roubo. É possível apontar que essa quantia é a recompensa mais alta oferecida por um fugitivo no estado do Rio de Janeiro.
Ainda na noite de quinta-feira, era possível encontrar nas redes sociais postagens afirmando que a cúpula da facção, de dentro da cadeia, emitiu uma ordem para que 2N fosse morto em retaliação à morte de Shumaker, Faustão e Esquilo.
Portal Procurados
Shumaker é ligado ao Comando Vermelho e é chefe do tráfico de drogas em Jardim Catarina. Ele e sua quadrilha são conhecidos pelo nome de Bonde do Shumaker e são acusados de tráfico, assaltos e homicídios.
De acordo com informações fornecidas pela polícia, em fevereiro de 2017, Shumaker chegou a oferecer uma recompensa de R$ 5 mil para cada policial morto que fosse na região.
E essa não foi a primeira vez que o traficante realizou uma “operação” parecida: em 2014, ele e sua quadrilha o PM Dayvid Lopes Antanásio, de 25 anos, com cerca de vinte tiros. Dayvid foi emboscado perto de sua casa.
No ano de 2016, o traficante ordenou que todos os dispositivos de segurança da região comandada por ele fossem retirados. O motivo da ordem foi que alguns membros de sua quadrilha foram flagrados circulando com armamentos pesados pela via principal de Jardim Catarina.
Em 2003, Shumaker chegou a ser detido por assalto. Entretanto, após dez anos foi permitido que ele cumprisse o restante da sua pena em regime semiaberto. Em uma das ocasiões que saiu do Instituto Penal Edgar Costa, o traficante não retornou. Dessa forma, atualmente ele é considerado foragido.