Nacionalmente conhecido por ajudar a resgatar vítimas da tragédia provocada pelo rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, em janeiro passado, o cão Barney morreu nesta sexta-feira (3). Ele participava de uma operação de resgate na cidade de Içara, no sul de Santa Catarina.

De acordo com nota publicada pelo Corpo de Bombeiros, o cão ajudava nas buscas de uma pessoa desaparecida em um rio, quando pulou na água e não emergiu. A corporação acredita que ele tentava apontar o local onde poderia estar essa pessoa desaparecida. Barney ainda não foi encontrado pelas equipes de resgate e acredita-se que seu corpo possa estar preso no leito do rio.

A corporação informou ainda que seguirá na busca pelo corpo do animal, que se encontrado, será levado para Florianópolis, onde será cremado. Os envolvidos na ocorrência receberão apoio psicológico. “Neste difícil momento, registramos nosso profundo pesar e lamentamos esta irreparável perda”, dizia um trecho da nota.

O cachorro, da raça Labrador, é neto de Ice, que foi o primeiro cachorro a atuar como salva-vidas no estado de Santa Catarina.

Cão esteve em Brumadinho

Dez dias depois do rompimento da barragem de Brumadinho, uma equipe de resgate se deslocou de Santa Catarina até o local da tragédia para localizar possíveis sobreviventes e ajudar no trabalho de resgate dos corpos. Junto com a equipe, estava o cachorro Barney com o soldado Luciano Rangel do 5º BBM, de Lages.

Na época, o soldado Rangel concedeu entrevista ao portal G1 onde dizia que não iria expor o animal a altos riscos e primava pela qualidade de vida e física do cachorro. “Não vamos colocar nossos cães aos riscos acima dos aceitáveis”, disse.

Buscas em Brumadinho chegam ao 100º dia

Neste sábado (4), completa-se 100 dias do rompimento da barragem de Brumadinho, ocorrido em 25 de janeiro e passado tanto tempo, as buscas por desaparecidos continuam.

De acordo com o último balanço divulgado pela Defesa Civil, 35 pessoas ainda seguiam desaparecidas, enquanto que 235 mortes foram confirmadas.

Os trabalhos, usando máquinas pesadas, drones e cães farejadores, seguem intensamente das 6 às 23 horas. Durante a madrugada são feitas reuniões.

As buscas serão encerradas somente quando todas as vítimas forem encontradas ou quando não houver mais condições biológicas de buscas, ou seja, quando não ser mais possível a identificação dos corpos.

Ricardo Moreira Araújo, médico legista do Instituto Médico Legal, afirmou que existem mais de 180 fragmentos de corpos aguardando por identificação. Araújo lembra ainda que esses fragmentos podem pertencer a vítimas já identificadas.