Sai nova leva de informações divulgadas pelo site The Intercept Brasil. As conversas reveladas fazem parte de um pacote que começou a ser revelado no dia 9 de junho. Fazem parte deste pacote conversas, fotos, áudios e documentos compartilhados por procuradores da Operação Lava-Jato em chats e conversas privadas por meio do aplicativo de mensagens Telegram.

As novas revelações feitas pelo site mostram que Deltan Dallagnol, coordenador da Operação Lava-Jato, teria afirmado que o senador Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, com certeza teria seu nome envolvido no esquema de Fabrício Queiroz.

O caso

No último mês de janeiro, foi aberto pelo Ministério Público do Rio de Janeiro Procedimento de Investigação Criminal (PIC) contra o ex-assessor do então deputado estadual Flávio Bolsonaro.

Foi detectada na conta de Queiroz a movimentação de R$ 1,2 milhão no período de um ano. O salário do ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio era de R$ 8,5 mil.

Porém, Dallagnol teria demonstrado preocupação. Segundo o vazamento, ele temia que Sergio Moro não desse prosseguimento a investigação, por fazer parte do Governo Jair Bolsonaro.

Nas mensagens publicadas pelo The Intercept, Dallagnol concordou com a avaliação de procuradores do Ministério Público Federal que diziam que Flávio Bolsonaro tinha um esquema de corrupção em seu gabinete na época em que foi deputado estadual no Rio de Janeiro.

Uma das razões expostas por Dallagnol para acreditar que Moro não fosse perseguir a investigação era a de que Moro estaria receoso de sofrer pressões políticas do então recém-eleito presidente da República.

Curiosamente, o caso envolvendo Flávio Bolsonaro, que vinha tendo destaque nas manchetes, não tem sido visto na mídia nos últimos meses.

A investigação, sob a responsabilidade do Ministério Público do Rio de Janeiro, aparenta, segundo o The Intercept, ter entrado num ritmo bem mais lento do que o que era de se esperar para um caso como esse.

Outras ramificações deste caso parecem também não despertar a atenção de Moro, como, por exemplo, o caso em que Flávio Queiroz teria emprestado dinheiro para Michelle Bolsonaro, a esposa do presidente.

Sobre a situação de Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz, Moro responde frequentemente apenas que não há nada conclusivo sobre o caso.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, suspendeu, a pedido da defesa de Flávio Bolsonaro, no último dia 15, todas as investigações sobre o filho do presidente Jair Bolsonaro.