Rogério Lemes Coelho, de 44 anos, foi detido durante o último domingo (04), após tecer algumas críticas ao presidente da República Jair Bolsonaro. Atualmente, ele está acusando os responsáveis por sua prisão, que aconteceu na Arena Corinthians, de agressão. De acordo com o advogado de Coelho, na ocasião, os PMs abusaram de sua autoridade.

Por meio de uma filmagem divulgada nas redes sociais, é possível ver Rogério no chão, cercado por cinco policiais, em um canto do estádio onde a prisão aconteceu.

A respeito desse momento, Rogério relatou ao portal de notícias G1 que entrou no estádio poucos momentos antes, quando os jogadores dos times que disputariam a partida ainda estavam cantando o hino nacional.

De acordo com ele, após passar pela catraca, existe uma parte bem grande do estádio que vai para os banheiros. Por essa área, as pessoas costumam transitar e também se fazem presentes as torcidas organizadas. Rogério relata ter passado pelo local sozinho e, então, começou a gritar algumas ofensas direcionadas ao presidente da República.

Devido ao fato de que ninguém estava presente no local, ninguém foi capaz de vê-lo. As pessoas estavam olhando em direção ao campo e, consequentemente, de costas para ele. Porém, de repente, a Polícia Militar partiu para cima dele e lhe aplicou um mata leão, fazendo com que Rogério caísse no chão.

Ainda de acordo com o relato de Rogério, na ocasião, ele foi algemado e mantido no chão.

A situação lhe causou preocupação, uma vez que ele possui uma prótese e a área doía bastante depois que ele foi derrubado.

Não cometeu um crime

Após o ocorrido, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) afirmou que Rogério havia sido conduzido para o Juizado Especial Criminal (Jecrim) localizado no interior do próprio estádio.

De acordo com a SSP, o objetivo era preservar a integridade do vendedor. Ele, entretanto, não concordar com essa versão.

Rogério segue afirmando que estava sozinho quando tudo aconteceu, de forma que não existe justificativa plausível para que ele tenha sido algemado. Além disso, a situação não representava nenhum tipo de risco a sua integridade.

Ele também alega que ao chegar na delegacia questionou a delegada acerca de qual crime havia cometido para estar ali, uma vez que estava algemado. Na ocasião, ele foi informado que não havia cometido crime nenhum.

Roberto Tardelli, o advogado de Rogério, afirmou que representará o vendedor no caso criminal contra os policiais, que cometeram abuso de autoridade. Nesse sentido, é possível afirmar que Rogério será ouvido pela Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo.

Tardelli afirmou que vai adotar as medidas devidas para abrir o inquérito policia e vai apurar o abuso de autoridade. Além disso, medidas administrativas devem ser tomadas por ele. Tardelli também afirmou que o seu cliente pretende pedir uma compensação do estado devido ao abuso sofrido por ele. Por fim, o advogado caracterizou a ação da polícia como covarde.