O menino João Miguel, de apenas 2 anos, morreu na manhã desta quinta-feira (17), em Belo Horizonte. A criança lutava contra uma doença degenerativa grave, chamada atrofia muscular espinhal (AME). Seu caso ganhou notoriedade após seu pai ser preso suspeito de desviar valor oriundo de doações para ajudar no custeio do tratamento do garoto.
Segundo informações passadas por Vanessa Reis, advogada da mãe do menino, João Miguel passou mal durante a madrugada em sua casa e foi levado até o Hospital Infantil João Paulo II (HIJPII), em Belo Horizonte, onde veio a falecer.
De acordo com a advogada, a mãe do garoto está muito abalada e não consegue explicar direito o que aconteceu.
Nas redes sociais existe um perfil oficial para arrecadação de dinheiro para o tratamento do menino, cuja dose de um dos medicamentos tem o custo de R$ 341 mil. A última postagem data o dia 7 de outubro, quando sua mãe agradece as mensagens de felicitações pelo aniversário de 2 anos do filho, ocorrido dois dias antes.
O caso do menino João Miguel comoveu os moradores da cidade de Conselheiro Lafaiete, que realizaram campanhas para a arrecadação de fundos para ajudar no tratamento do menino.
O corpo do menino será levado e sepultado em Conselheiro Lafaiete.
Desvio de doação
A campanha já havia arrecadado mais de R$ 1 milhão quando a mãe de João Miguel foi até a delegacia denunciar que o marido havia sacado o dinheiro da conta e fugido, fato que ganhou repercussão nacional.
Ela disse que estava nos últimos tempos notando uma mudança de comportamento por parte do marido até que ele desapareceu sem dar notícias.
No dia 22 de julho, Mateus Henrique Leroy Alves, de 37 anos foi preso em um hotel de luxo em Salvador, na Bahia. De acordo com investigações feitas pela Polícia, ele teria gastado R$ 600 mil do montante, tendo sacado em um único dia R$ 100 mil.
Em sua suíte teriam sido encontrados vários objetos de luxo, além de joias, relógios, R$ 3 mil em espécie e uma porção de maconha.
Para justificar a fuga, ele alegou que estava sendo extorquido por criminosos e que parte do dinheiro foi repassado a eles, mas o delegado que cuida do caso disse na época que Mateus levava uma "vida boa" usando o dinheiro que havia sido desviado.
Um pouco antes da prisão de Mateus, a campanha havia sido suspensa e o dinheiro que ainda estava na conta bloqueado.
O homem foi denunciado no Ministério Público por estelionato e abandono material contra o filho, além de estar sendo investigado pelo crime de lavagem de dinheiro.