Nos últimos dias, aconteceu na Nigéria, país localizado no continente africano, uma operação que revelou uma realidade bastante cruel a respeito do tráfico humano no país. Nesse sentido, é possível destacar que diversas mulheres nigerianas que deixaram as suas casas na expectativa de conseguir trabalho, acabaram sendo escravizadas, violentadas e forçadas a ver os seus filhos vendidos.

A operação é a mais recente do tipo conduzida pelas autoridades do país. Ao todo, estima-se que a polícia nigeriana tenha libertado 19 mulheres da situação de escravidão descrita.

Além das mulheres, também foram encontrados na “fábrica de bebês” 4 crianças, que também eram mantidas em cativeiro pelos responsáveis no local, que se localiza em Lagos, a maior cidade da Nigéria.

Conforme as informações fornecidas pelas autoridades envolvidas na ocorrência, as mulheres encontradas na “fábrica” foram enganadas na ocasião em que foram conduzidas até lá. Assim, se mostra válido destacar que lhes foi prometido um emprego, mas que as intenções dos responsáveis pela organização criminosa sempre foi fazê-las de escravas e obter lucro por meio da venda de bebês.

A polícia nigeriana também destacou que as crianças presentes na “fábrica de bebês”, com certeza, seriam vítimas de tráfico humano.

Porém, até o presente momento, ainda não se tem certeza a quem elas pertencem, e também quem seriam os potenciais compradores. Os bebês nigerianos gerados em locais do tipo costumam ser vendidos por US$ 830 (o equivalente a R$ 3,4 mil) ou por US$ 1,4 mil (cerca de R$ 5,8 mil), a depender do sexo. Os bebês do sexo masculino costumam ser mais valiosos que os do sexo feminino.

Enfermeiras sem autorização

Ainda durante a operação conduzida pelas autoridades nigerianas, foram presas duas mulheres. Elas eram as responsáveis por oferecer cuidados de enfermaria às mulheres em situação de escravidão. Entretanto, não possuíam a formação adequada para desempenhar a função.

Apesar de duas envolvidas na organização terem sido presas, o principal suspeito de ser o dono da “fábrica de bebês” não foi capturado na ocasião, e permanece foragido das autoridades.

As “fábricas de bebês” foram expostas pela primeira vez no ano de 2006, ocasião em que a Unesco elaborou um relatório no qual a sua existência era comentada. Desde a elaboração do relatório, os locais do tipo acabaram se multiplicando no território nigeriano e tomando proporções alarmantes. O que favorece a permanência de tais fábricas na Nigéria é a pobreza e também a falta de controle por parte das autoridades locais.

Ainda no relatório, foi apontado que algumas das mulheres encontradas nessa situação se dirigiam às fábricas de maneira voluntária, especialmente por não saberem o que encontrariam exatamente e por precisarem do dinheiro.