O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) ouviu uma testemunha do caso de Paraisópolis que os policiais militares não foram atacados durante o baile funk na comunidade, durante a ação que acabou com a morte de nove jovens.
Com esta afirmação, a versão contada pelos policiais, de que teriam sido recebidos no local com agressões, é desmentida. O homem que deu a declaração afirmou que estava na rua Manoel Antônio Pinto, que ficava próxima ao local onde acontecia o baile.
A versão da testemunha
Segundo a declaração dada pela testemunha do caso, ele ouviu um barulho de bomba próximo ao local, que vinha do cruzamento entre as ruas Ernest Renan e Rodolf Lotze.
O morador conta que logo depois de ouvir o barulho, uma multidão de pessoas saiu pelas ruas tentando escapar dos ataques. A testemunha ainda relatou que não tinha como os moradores ficarem no local para enfrentar a Polícia, pois eles corriam para sair do local em função da quantidade de pessoas aterrorizadas com a situação.
O delegado que comanda as investigações perguntou a testemunha se uma moto tentando realizar uma fuga conseguiria entrar no baile no momento. Ele conta que isso seria algo impossível de acontecer, pois a quantidade de pessoas que participava do baile era muito elevada, impossibilitando a entrada de qualquer veículo no local.
A versão da PM
Na versão que foi contada pelos policiais, após a ação, eles relataram que dois homens estavam em uma moto no local e atiraram contra os policiais que realizavam o patrulhamento da região.
Logo depois aconteceu uma perseguição contra os homens que passaram na moto, e que acabou seguindo até o local em que acontecia o baile. A PM, no momento, como foi reportado, acabou usando bombas e também balas de borracha, pois, segundo foi informado, os moradores do local começaram a atirar pedras, paus e garrafas contra eles.
Com o depoimento da testemunha, o caso poderá ter um esclarecimento maior para chegar a uma determinação da ação que acabou vitimando nove pessoas durante o baile em Paraisópolis.
O caso também está sendo investigado pela Corregedoria da PM. Na última quarta-feira (11) foram chamados dezessete policiais que estavam presentes no momento da ação no baile funk, para serem ouvidos pelo órgão que investiga o caso.
Até o momento, 31 agentes da Polícia Militar já foram afastados das ruas por terem tido envolvimento com a ação que aconteceu em Paraisópolis no dia 1º de dezembro.