Foi determinado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub uma nova análise da prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de uma candidata que depois que o pai da estudante - um defensor do Governo Bolsonaro, como foi visto nas redes sociais do homem-, reclamou pelo Twitter.

Estão na Justiça pelo menos 24 ações individuais, incluindo uma ação civil pública do Ministério Público Federal de Minas Gerais (MPF-MG), pedindo que seja feita uma nova análise da prova do Enem. O exame deste ano teve uma parcela de suas notas divulgadas com erros, o que causou um transtorno aos estudantes que desejam uma vaga nas universidades públicas.

'Inês é morta'

No último sábado (25), o homem identificado como Carlos Santanna, publicou no Twitter sua reclamação sobre a correção da prova do Enem e marcou o perfil de Weintraub, ele relatou na mensagem para o ministro que sua filha tem certeza que a prova que ela fez não foi corrigida de maneira adequada, e que tinha sido prejudicada.

O homem ainda pergunta para o ministro: “E agora? A Inês é morta? O Sisu [Sistema de Seleção Unificada] termina amanhã", publicou o homem que ainda divulgou o número da inscrição no Enem de sua filha. O perfil nas redes sociais do homem mostra um alinhamento dele ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e também comprova que Santanna é um crítico extremado do PT.

Após uma hora da publicação de Carlos Santanna, o ministro da Educação respondeu ao homem, também pelo Twitter. Weintraub publicou um print screen de mensagem privada trocada no WhatsApp com alguém identificado como “Alê”. A reportagem da Folha confirmou que o “Alê” é Alexandre Lopes, presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), o órgão encarregado pela organização do Enem.

No print é visto que “Alê” responde ao ministro que seu pedido fora atendido, ele afirma que a prova da filha de Carlos Santanna foi corrigida da maneira acertada e ainda diz que a estudante fez a prova em Ribeirão Preto, São Paulo. Então Weintraub respondeu ao apoiador do governo com a publicação do print da conversa e se despede do apoiador dizendo: "Caro Carlos, veja a resposta abaixo.

Abraço."

Sem respostas individuais

Em resposta à Folha, no domingo (26), o Inep informou que está revisando as provas de todos aqueles que estão reclamando informalmente pelas redes sociais, porém não irá responder individualmente aos reclamantes como fez o ministro da Educação.

Ainda de acordo com o Inep, é responsabilidade de o candidato insatisfeito verificar seus dados no site, caso as informações tenham sido alteradas, é porque houve um erro e a situação foi reparada, caso contrário, não havia erro, afirmou o Inep. A Folha também pediu a relação de todos que tiveram os casos reavaliados depois de terem reclamado nas redes sócias, mas o Inep não enviou resposta.