A Justiça decretou a soltura de Michel dos Anjos, que estava preso suspeito de envolvimento na morte da família Gonçalves, cujos corpos foram encontrados carbonizados dentro do porta-malas de um veículo. Ele havia sido preso após um dos suspeitos apontar sua participação com a intenção de proteger o irmão, que está foragido e também mentir sobre a participação de um sexto envolvido.

“Doeu ser acusado de uma coisa que você não fez. Vou cuidar da minha família”, disse Michel por telefone ao portal G1. Ele deixou a cadeia, em São Caetano do Sul, na região do ABC, na última quinta-feira (6).

Ainda falando para a TV Globo, Michel disse que não conhece nenhum dos suspeitos e que teve contato com Juliano Júnior, um dos suspeitos do crime, na prisão. Ele revelou ainda que recebeu um pedido de desculpas da equipe que havia efetuado sua prisão. “Humanos erram também, mesmo errando foram justos”, disse.

Apesar dos dias em que passou preso e de todo o constrangimento que isso lhe causou, Michel disse que não tem a intenção de processar ninguém. Ele descreveu ainda como sendo difíceis as horas em que passou algemado, mas quando surgiram as imagens feitas pelas câmeras de segurança de um posto de gasolina, perceberam que ele não estava envolvido no caso.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo emitiu uma nota onde confirma a soltura de Michel e diz que ela foi pedida após as investigações concluírem que ele não tinha envolvimento com o caso.

Além de Juliano Júnior também estão presos Guilherme Silva, Anaflávia Gonçalves, filha do casal e irmã do adolescente que foram mortos, além de sua namorada Carina Ramos.

O verdadeiro suspeito, e que ainda se encontra foragido, é Jonathan Fagundes Ramos, irmão de Juliano Júnior, que para proteger o parente mentiu para incriminar Michel e ainda inventou a existência de uma sexta pessoa envolvida.

A farsa do sexto suspeito

A hipótese de haver uma sexta pessoa envolvida no crime começou a perder força após Juliano dizer que havia inventado esse fato para proteger o irmão Jonathan. Nos depoimentos anteriores ele disse que um amigo de Carina, no caso o sexto suspeito, havia dado carona para o grupo logo após o carro ter sido incendiado.

A Polícia ainda busca saber com exatidão como e onde os familiares foram mortos e está procurando a arma usada no crime. O depoimento de Juliano se diverge em alguns pontos dos dados pelas mulheres.

Ele diz que Anaflávia e Carina concordaram em matar os familiares. Já as duas mulheres disseram que não tiveram participações nas mortes e que apenas tinham a intenção de assaltar a casa e roubar 85 mil reais que eles acreditavam que estavam guardados no cofre.