O governador de São Paulo, João Doria (PSBD), voltou a ser notícia na manhã desta sexta-feira (27), mas não pelo anúncio de uma medida eficiente no combate ao avanço do coronavírus, e sim por sua casa ter recebido proteção da Polícia militar durante a madrugada após supostas ameaças de morte que ele recebeu. São Paulo é o estado que responde por um terço dos casos positivos da doença e é onde se concentra cerca de 80% dos mortos.

O governador paulista está em rota de colisão com Jair Bolsonaro e repudiou o pronunciamento feito pelo presidente na última terça-feira (24), quando ele criticou a quarentena imposta nos estados.

No dia seguinte, eles trocaram acusações durante uma videoconferência com governadores da região Sudeste.

Nesta quinta-feira (26), o governador teria recebido em seu celular supostas mensagens o ameaçando de morte. Elas também falavam sobre invadir sua casa que fica nos Jardins, um dos bairros mais nobres da capital. A Polícia Militar foi acionada e fez o cerco e a proteção da residência do governador.

58 mortes no estado

No balanço divulgado nesta quinta-feira (26), pelo Ministério da Saúde, 58 das 77 mortes de todo o país ocorreram no estado de São Paulo, que também já possuía 1.052 casos confirmados da doença, ou seja, praticamente um terço do total de todo o Brasil, que até esta quinta tinham 2.915 casos registrados.

O número de casos graves no estado também aumentou e na quinta-feira, eram 84 pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no estado. De um dia para o outro houve um aumento de mais de 40% dos internados na UTI.

Desde a última terça-feira (24), São Paulo está em quarentena, que deve durar ao menos até o dia 5 de abril.

Hospitais de campanha

No próximo dia 6 de abril, a Prefeitura de São Paulo deverá inaugurar um hospital de campanha que está sendo montado nas instalações do Complexo do Anhembi. Esse hospital é parte da estratégia para conter o pico do coronavírus, que deve ser no mês de abril.

O local receberá pacientes de baixa e média complexidade enviados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), tendo capacidade para 1.800 leitos.

O estádio do Pacaembu é outro grande local onde está sendo erguido um hospital de campanha. As obras na praça esportiva seguem em ritmo acelerado e já foram feitas divisórias para 200 leitos. No entanto, ainda não há uma data exata para quando ele começará a receber pacientes, que serão apenas de baixa complexidade e serão atendidos por uma equipe composta por 599 enfermeiros.

Em todo o estado o governo deve criar 3.400 novos leitos para atender pacientes que estejam com o coronavírus. Desse total, dois mil serão para pacientes de baixa e média complexidade e outros 1.400 leitos serão de UTI.