Na semana passada, uma confusão se estabeleceu durante um velório [VIDEO] do aposentado José Ferreira, de 82 anos, que ocorria na cidade de Iperó, Região Metropolitana de Sorocaba, no interior de São Paulo.

Contrariando uma determinação da prefeitura para que todos os velórios na cidade fossem realizados com caixões lacrados, a família, ao basear em informações da certidão de óbito que não constava a Covid-19 com o causa da morte do idoso, decidiu por conta própria abrir o caixão. Funcionários da prefeitura tentaram impedir que o caixão continuasse aberto e houve um tumulto durante a cerimônia.

Cerimônia durou duas horas

Na certidão de óbito, feita por um integrante da equipe médica do Hospital São Luiz, da cidade de Boituva, onde o idoso faleceu, estava escrito que a causa da morte havia sido por “insuficiência respiratória a apurar com exame Swab/Orofaringe”. Outra causa para o falecimento apontada no documento foi doença de Parkinson.

Com base nas informações escritas, além de ter a confirmação de um médico do hospital, que também descartou a hipótese de coronavírus, a família decidiu abrir o caixão. A alegação deles é que o aposentado havia ficado 20 dias internado em isolamento e não pode receber visitas e por isso decidiram fazer uma última homenagem.

O velório durou duas horas com as pessoas se revezando na sala, sempre respeitando o limite de dez pessoas por vez.

A Prefeitura de Iperó informou em nota que por mais que o hospital tivesse afastado a hipótese do idoso ter morrido por conta do coronavírus, ele sofria de problemas respiratórios e isso, aliado ao fato dele ter sido mantido em isolamento, automaticamente já classificava sua morte como sendo suspeita.

Também foi informado pela prefeitura que o local onde houve o velório passou por higienizado antes que fosse realizada a cerimonia seguinte.

Resultado deu negativo

Por conta de o caixão ter sido aberto, a prefeitura de Iperó determinou que as pessoas que estiveram no velório e tiveram contato com o corpo mantivessem isolamento social por 14 dias.

Nesta terça-feira (7), o Instituto Adolfo Lutz divulgou que o exame do aposentado para Covid-19 deu negativo. A informação foi confirmada pela prefeitura de Iperó.

Calamidade pública

No último dia 27 de março a prefeitura de Iperó decretou estado de calamidade pública na cidade. O documento foi enviado pelo Poder Executivo à Câmara Municipal foi lido durante a sessão legislativa desta terça-feira (7).

De acordo com o documento assinado pelo prefeito Vanderlei Polizeli (sem partido), a decretação do estado de Calamidade Pública viabilizará a adoção de medidas mais rápidas no combate ao coronavírus na cidade.