Faz pouco menos de duas semanas que Nelson Teich tomou posse como ministro da Saúde e agora o substituto de Luiz Henrique Mandetta enfrentará nesta quarta-feira (29) sua primeira batalha no Congresso Nacional. Nelson Teich será interrogado por senadores sobre quais ações serão tomadas pelo Ministério da Saúde para ajudar os estados, o Distrito Federal e os municípios no combate ao novo coronavírus.

A tarefa não será nada fácil, pois este encontro com o Congresso acontecerá apenas um dia depois de o Brasil apresentar dados oficiais que informam que o país alcançou número recorde de mortes diárias pela covid-19.

O número que foi apresentado pelo Ministério da Saúde na terça-feira (28) foi de 474 mortes em um dia, o que fez o Brasil ultrapassar a China no número total de mortes, 5.017.

Estes números alarmantes fizeram com que o ministro reconhecesse na terça-feira que a situação está se agravando. Perguntado sobre o assunto, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou na terça-feira à noite: "e daí? Lamento. Quer que faça o que? Sou Messias, mas não faço milagre".

Sessão virtual

A sessão da quarta-feira (29) será virtual. Por se tratar de um convite, Nelson Teich não está obrigado a aceitar, porém, ele confirmou na terça-feira que participará da reunião. Desde que tomou posso no dia 16, o atual ministro da Saúde está sendo cobrado por parlamentares a definir as estratégias para o enfrentamento da pandemia.

Também nesta quarta-feira (29), Nelson Teich deverá dar um importante passo no comando do ministério da Saúde, ele se encontrará em Brasília com Wilames Freire, o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde e também com Alberto Beltrame, o secretário de Saúde do estado do Pará e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde.

Nos últimos dias, o ministro da Saúde vem sendo cobrado por vários secretários de saúde por não manter uma comunicação com estados e municípios neste momento crítico da covid-19. Depois da reunião desta quarta-feira, o ministro da Saúde irá falar na quinta-feira (30) com os outros secretários por meio de videoconferência.

Os sistemas públicos de saúde travam uma luta contra o tempo para que os equipamentos de proteção e respiradores sejam recebidos para que se possa evitar um colapso.

Amazonas, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo são os estados que apresentam situação mais preocupante, pois suas respectivas regiões metropolitanas já possuem mais de 70% de leitos ocupados.

Outro problema que Teich terá que se preocupar é com a perda de apoio do isolamento social. Pesquisa Datafolha da última terça-feira aponta que somente 52% dos brasileiros acreditam que a totalidade da população deveria permanecer em casa, e 46% acreditam que aqueles que não pertencem aos grupos de risco deveriam estar trabalhando. A pesquisa mostra o resultado da política de minimização dos efeitos da pandemia feita pelo Palácio do Planalto.