A polêmica manifestação de Jair Bolsonaro no último final de semana, quando esteve em ato que pedia intervenção militar, segue rendendo. Agora, declarações do ex-deputado Roberto Jefferson que apontariam um possível 'complô' contra Bolsonaro, envolvendo diversas personalidades e o Congresso parar dar um 'golpe' no presidente.

Uma das personalidades citadas por Jefferson em tal trama é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. FHC é citado como o principal 'maestro' da trama que pressionaria pelo impeachment do presidente.

FHC rebate participação em trama contra Bolsonaro

Em postagem no Twittter, FHC citou uma declaração de Jefferson em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo na qual o ex-deputado federal, mais conhecido por ter sido o delator do Mensalão, acusaria o ex-presidente entre 1995 e 2002 de articular uma espécie de trama para tirar Bolsonaro do poder.

Na mensagem, FHC disse que tal insinuação seria 'nada mais errado' e afirmou respeitar a decisão das urnas na eleição de 2018. Sem entrar nos méritos da controvérsia do último final de semana envolvendo o presidente, Fernando Henrique pede 'paciência histórica" e 'coesão' no combate ao coronavírus. "Discordar é normal, sem derrubadas", escreveu.

Derrubar Bolsonaro? Só a bala

No último domingo, o presidente Jair Bolsonaro compartilhou em suas redes sociais uma live com Jefferson na qual o ex-deputado afirmou que Rodrigo Maia pode trabalhar para derrubar Bolsonaro.

Maia trabalharia em parceria com os governadores João Doria, de São Paulo, e Wilson Witzel, do Rio de Janeiro, ambos críticos recentes de atitudes do governo no combate ao coronavírus.

Ao mesmo Estadão, Roberto Jefferson deu detalhes de tal 'armação' contra o presidente, citando a participação de FHC com Maia, Doria, Witzel, Felipe Santa Cruz, presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e também de partidos de oposição no 'complô' para derrubar Bolsonaro.

Ao falar de tal possibilidade, o ex-deputado afirmou que a possibilidade de queda do presidente aconteceria só se fosse 'a bala', citando a possibilidade de confronto entre tais forças que rivalizam com o presidente e seus apoiadores.

"O Bolsonaro só saí a bala. Ele é guerreiro, ele é leão Não vai miar, ele vai rugir. O Bolsonaro está botado o povo na rua, mas do lado dele. Se o Congresso fizer isso, o impeachment, teremos que ir às ruas e apostar em qualquer jogo. E os militares terão que agir", relatou Jefferson na entrevista.

Atos de domingo mantêm pressão sobre Bolsonaro

No último domingo (19), diversos atos protestando contra as diversas medidas de quarentena impostas em estados brasileiros também mostraram apoio a uma intervenção das Forças Armadas e contra o Congresso.

Bolsonaro participou de um dos atos em Brasília e tal participação gerou críticas de amplas correntes políticas. O STF, a pedido do Procurador-Geral da República, Augusto Aras, abriu um inquérito sobre a participação do presidente nos protestos.