Um casal de negros foi obrigado a esvaziar a bolsa que estava carregando enquanto fazia compra em uma das unidades do supermercado Extra. A loja fica localizada no Campo Belo, zona sul da cidade de São Paulo. A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) disse que vai investigar o caso.
Em entrevista ao portal G1, Edgar Oliveira de Carvalho e Letícia Reis Oliveira de Carvalho relataram que foram vítimas de descriminação racial e suspeita de furto por uma das funcionárias que trabalham no supermercado.
Letícia disse que estava passando suas compras no caixa e perguntou para mulher que a atendia quanto foi o valor que compra deu no total e pegou o cartão para pagar.
A moça que a atendeu disse para ela que iria receber, mas ela teria que esvaziar a bolsa que estava carregando.
Neste momento Edgar disse que ficou muito assustado e constrangido com a situação, sem acreditar no que a mulher pediu para eles fazerem.
Letícia disse que sentiu as mesmas sensações que seu esposo no momento da abordagem. Ela então disse para a mulher do caixa que iria abrir sua bolsa e retirar os objetos que estavam dentro dela, mas que só faria isso na presença da polícia.
Assim que os militares chegaram, Edgar retirou de dentro da bolsa uma carteira, remédios e uma Bíblia. Tudo estava sendo gravado neste momento. Para tentar contornar a situação, os policiais disseram para o casal que eles passaram por uma situação normal, pois eles estavam dentro de um estabelecimento comercial.
No entanto, a justificativa dada pelo policial pelo episódio não convenceu Letícia, que questionou o gerente quantas pessoas tinham passado pelo que eles passaram neste dia.
Assim que saíram do local, Letícia e Edgar foram prestar uma denúncia contra o supermercado em uma delegacia próxima. Depois, eles foram à delegacia especializada em crimes raciais e deram entrada em um processo contra o mercado.
Supermercado emite nota
Por meio de uma nota, o supermercado Extra disse que não compactua com este tipo de crime e que já esta cuidando do caso. A rede disse que pretende entender o que houve e o que levou a funcionária a ter tal atitude.
Na nota diz também que a empresa possui um treinamento para conscientizar os funcionários sobre preconceito e assim evitar que eles cometam esse tipo de discriminação com os clientes.
Outro caso
Um grupo que tem como maioria negros foi acompanhado por policiais enquanto fazia um passeio pelas ruas de São de Paulo, no último dia 24 de outubro.
O grupo acusou os policiais de discriminação. Em nota, os policiais disseram que houve um engano por parte do grupo ao fazerem tal afirmação. A intenção, segundo os militares, era somente protegê-los e também proteger outros cidadãos.
A ideia partiu depois que os militares notaram que se tratava de um grande grupo. Um dos sócios da BlackBird Viagem, Guilherme Soares Dias, aproveitou a ocasião e convidou os policiais para fazerem parte do grupo e participar de um próximo evento para sentirem como é realizado o trabalho do grupo.