A crise da Covid-19 no Brasil tem intimidado os países vizinhos que estão fechando gradativamente suas fronteiras, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo. Atualmente, a Colômbia e o Peru proibiram voos originários do Brasil. Na Argentina restrições foram impostas a entrada de brasileiros. No Chile os brasileiros recém-chegados precisam ficar em quarentena e o Uruguai já enviou mais doses da vacina para a região que faz fronteira com o Rio Grande do Sul.

Na última semana, a OMS (Organização Mundial de Saúde) afirmou que há uma grande preocupação com a falta de controle do coronavírus no Brasil.

O país lidera o índice de contaminações e mortes na América do Sul.

O Brasil é o terceiro país com mais vizinhos no globo terrestre, pois faz fronteira com 9 nações. Essas nações têm se mostrado inseguras quanto a grave situação vivida pelos brasileiros no enfrentamento da covid-19 e sua variante.

Segundo informações da BBC Brasil, os governos da Europa como Alemanha, França, Itália e Holanda, veem sinais de que será preciso fechar as portas novamente. A pandemia exige uma nova atitude de emergência, posto que há indícios de surgir uma terceira onda da Covid-19.

Brasil tornou-se ameaça para a saúde global, diz coordenadora da USP

Para o jornal O Estado de S. Paulo, a professora e coordenadora em saúde da Universidade de São Paulo (USP), Deisy Ventura, afirmou que o Brasil se tornou uma ameaça para a saúde da população global.

Ventura afirma que a falta de controle favorece as mutações virais e o surgimento de novas variantes. Ela, destacou que as sequelas e as mortes que estão ocorrendo, em muitos casos, são evitáveis.

Segundo O Estado de S. Paulo, 1 em cada 4 mortos por covid-19 é brasileiro, embora o Brasil conte com apenas 3% da população mundial.

Diariamente, o Brasil vem registrando recordes assustadores no número de contaminados e de mortes por Covid-19. Os hospitais entraram em colapso e o número de mortes diárias beiram a casa dos 3 mil. Esse é o pior momento do Brasil com a pandemia.

Pandemia da Covid-19 no Brasil é tema na OMS

Para Tedros Adhanom, diretor da OMS, o Brasil não está agindo com a seriedade necessária para enfrentar a pandemia e afirmou que se está atitude continuar provavelmente respingará para além dos países vizinhos.

Um dos componentes da cúpula da OMS, Mark Ryan, afirmou que muitos países estão caminhando na direção certa, ao contrário do Brasil que tem uma pandemia da Covid-19 descontrolada e uma vacinação extremamente lenta, isso se configura em um problema crítico para todo o continente sul-americano e além.

O ex-embaixador do Brasil, Marcos Azambuja, disse que o país precisa urgentemente “voltar aos trilhos” e agir depressa, pois a pandemia vem perdendo força em outras regiões do mundo, por meio da vacinação. Azambuja ressaltou que o Brasil não pode se tornar num pária sanitário do planeta.

Bolsonaro continua a criticar as orientações da OMS

O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, tem criticado constantemente as medidas de isolamento determinadas pela OMS e continua a defender o isolamento vertical, onde os cuidados são destinados aos idosos, obesos e pessoas que sofram algum tipo de comorbidades.

Bolsonaro ainda continua contrariando evidências apontadas por autoridades especialistas em epidemiologia.

Para alguns congressistas, em 2022 – ano de eleições - haverá uma “tempestade perfeita” contra Bolsonaro que terá que enfrentar o ex-presidente Lula, a pandemia descontrolada da Covid-19 e os efeitos econômicos e sociais decorrentes de uma gestão falha.