Em tempos de crise na economia, qualquer ideia que faça render uma grana extra é válida, ainda mais quando você está com o rendimento mensal menor do que suas dívidas. E pra quem tem feeling empreendedor, a chegada da Páscoa é o melhor momento para tentar garantir esse dinheiro, e foi isso o que fez Ana Alice Sandoval. A prestadora de serviços, de 24 anos, enxergou no feriadão a oportunidade para pagar as mensalidades atrasadas da faculdade de enfermagem e voltar aos estudos.

A ideia criativa foi comercializar chocolates eróticos em estações de metrô na cidade de Brasília. Os produtos custam entre R$ 2 e R$ 20 e a expectativa da jovem é arrecadar R$1,2 mil até o fim do feriado. Segundo a APAS, a Páscoa será salgada para o consumidor. 

Ana Alice teve que se afastar da faculdade particular onde cursava o 5º período de enfermagem, depois de ficar desempregada e não ter como manter as mensalidades de R$ 815. "Como não tinha dinheiro para fazer acordo, a faculdade me caracterizou como clandestina e para voltar às aulas, preciso quitar a minha dívida", informou. Com o dinheiro das vendas mais o valor que a avó emprestou, ela pretende voltar a estudar o quanto antes.

A ideia de vender chocolate erótico e não ovos de páscoa caseiro, como faz a maioria das pessoas, surgiu junto com o emprego novo. A jovem começou a trabalhar em uma sex shop e em conversa com uma das clientes descobriu que existia grande procura pelos produtos - que não estavam à venda na loja. Foi nesse momento que ela percebeu que o retorno financeiro que ela desejava poderia vir com a venda destes produtos. Os doces são em forma de órgãos sexuais, silhueta de mulheres nuas, posições sexuais e o mais vendido, o chocolate recheado no formato de órgão genital masculino. Os recheios variam entre mousse de maracujá, prestígio, marshmallow e leite ninho.

Para quem estava desempregada, agora a jovem está com a rotina cheia.

No período da manhã, ela entrega os produtos que foram encomendados e passa nas estações de metrô para vender mais alguns. Das 14 às 20 horas, ela trabalha na loja e durante a noite ela prepara os chocolates para o dia seguinte.

Como toda boa empreendedora, ela tem utilizado as redes sociais para aumentar as vendas: uma página com fotos dos produtos e feedback das clientes tem ajudado ainda mais no desempenho de Ana Alice, que já constatou que 99% dos consumidores são mulheres. "Algumas comentam nas fotos, outras compartilham a foto comendo o produto e despertam a curiosidade de outras possíveis clientes. É uma troca legal", analisa a jovem.