O Secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Edmar Santos, declarou que espera que em maio ocorra um colapso na rede pública de saúde por causa do coronavírus, e não somente no estado.

Ele declarou que é esperado para se acontecer nas próximas três ou quatro semanas no Rio de Janeiro e no Brasil é o mesmo que viveram em outros locais, como o colapso que aconteceu na Itália, Espanha e Estados Unidos diante da crise gerada pela pandemia do coronavírus.

O secretário declarou ainda que a conta não irá fechar, e que terá uma necessidade de leitos impossível de se suprir para qualquer estado do mundo.

Secretário se mostra pessimista

Em uma entrevista para o programa "Bom Dia Rio", da Rede Globo, que foi ao ar nesta quinta-feira (30), Edmar deu uma declaração a respeito do isolamento social profundo, para poder frear a curva de evolução dos casos de Covid-19 no RJ.

O secretário afirmou que agora, considerando a subnotificação, ele acredita que no Rio de Janeiro deva ter algo como 140 mil infectados, 15 a 20 vezes mais do que o número oficial que foi divulgado, que é de mais de 9 mil pessoas infectadas pela doença.

Ele ainda declarou que com esse número de infectados o mundo mostrou que 30% precisa de leitos em hospitais, e que para isso serão necessários 21 mil leitos para a internação nas enfermarias, e que 1/3 destes cerca de 7 mil pessoas vão precisar de internação na UTI.

O Secretário ainda ressaltou que a Espanha, Itália e Estados Unidos não haviam conseguido isso.

Ao ser questionado se o Rio de Janeiro já está vivendo o colapso que foi relato pelo secretário, Edmar declarou que não está no momento, mas que ele está chegando próximo de acontecer.

O secretário declarou ainda que o número de infectados do estado mostra que trará uma situação de colapso para o estado e seu sistema de saúde, mas que não foi por inércia do governo e nem mesmo pelas prefeituras do estado.

Com a inauguração de hospitais de campanha no estado, o Rio de Janeiro terá mais 3,4 mil leitos para o tratamento de pacientes com covid-19.

Por mais que o número seja insuficiente, Edmar diz que ainda que novas unidades fossem construídas, faltaria mão de obra qualificada para o atendimento à população.

Ele destacou que, com todo o esforço do governo do estado e das prefeituras da capital e de outras cidades, conseguirá somar apenas os 3,4 mil leitos, mas que a falta de profissionais de saúde será grande.

Ele ainda ressalta que esta falta é dada pelo fato de que não se consegue formar médicos e enfermeiros da noite para o dia para o combate à doença.

O primeiro Hospital de Campanha a ser inaugurado será o Maracanã, que acontecerá na próxima semana. Segundo foi dito pelo secretário, também na próxima semana será possível a abertura de novos leitos no estado, cerca de 100 em Duque de Caxias e 137 em Maricá.